Dois anos. Vinte e quatro meses a dedicar-me a um projecto a que vi nascer, crescer, estagnar e desenvolver. Duas promoções depois, sinto que ainda não estou no sítio onde gostaria de estar. Não me refiro exactamente à posição na empresa, que muito me honra, mas à actividade profissional. Esta coisa de não ter escolhido nada com uma designação profissional concreta baralha-me um bocadinho. Podia ter ido para as engenharias ou para o design ou para medicina mas não - tinha que decidir-me pelo abstracto das literaturas.
Depois, há toda a questão material. Não tenho nenhum desejo secreto de ser milionária mas não posso dizer que não sonho ganhar mais dinheiro. Faço planos com todo este dinheiro que não ganho. Porque nunca se sabe e um dia isto pode dar uma cambalhota grande e eu, quando menos espero, estou noutro sítio qualquer. Não me parece, em todo o caso. Mas como eu até sou uma pessoa crente (vulgo, patinho que acredita em tudo)...
Os dois anos neste emprego ensinaram-me muita coisa. Maioritariamente, ensinaram-me coisas más e digo isto sem qualquer amargo de boca: simplesmente ensinaram-me diferentes formas de sermos lixados por diferentes pessoas. Ensinaram-me a trabalhar sem os recursos necessários e, mesmo assim, conseguir atingir os objectivos a que eu mesma me propus. Mas também fizeram maravilhas pela minha paciência, pelas minhas capacidades de formação, pela vontade de unir as pessoas em torno de uma mesma coisa. Tudo isto me será útil no futuro, tenho a certeza. Mas fico sempre um bocadinho desconsolada por ter que aprender estas coisas todas à força, sem ter tempo para as digerir logo. Aqui, não há tempo para pensar em nada, nenhum segundo para contemplações. E esta segunda promoção amainou o meu desejo de procurar uma experiência nova. Mas, com esta gente por lá, é até ver.
(ou estou a enganar-me a mim própria?)
Depois, há toda a questão material. Não tenho nenhum desejo secreto de ser milionária mas não posso dizer que não sonho ganhar mais dinheiro. Faço planos com todo este dinheiro que não ganho. Porque nunca se sabe e um dia isto pode dar uma cambalhota grande e eu, quando menos espero, estou noutro sítio qualquer. Não me parece, em todo o caso. Mas como eu até sou uma pessoa crente (vulgo, patinho que acredita em tudo)...
Os dois anos neste emprego ensinaram-me muita coisa. Maioritariamente, ensinaram-me coisas más e digo isto sem qualquer amargo de boca: simplesmente ensinaram-me diferentes formas de sermos lixados por diferentes pessoas. Ensinaram-me a trabalhar sem os recursos necessários e, mesmo assim, conseguir atingir os objectivos a que eu mesma me propus. Mas também fizeram maravilhas pela minha paciência, pelas minhas capacidades de formação, pela vontade de unir as pessoas em torno de uma mesma coisa. Tudo isto me será útil no futuro, tenho a certeza. Mas fico sempre um bocadinho desconsolada por ter que aprender estas coisas todas à força, sem ter tempo para as digerir logo. Aqui, não há tempo para pensar em nada, nenhum segundo para contemplações. E esta segunda promoção amainou o meu desejo de procurar uma experiência nova. Mas, com esta gente por lá, é até ver.
(ou estou a enganar-me a mim própria?)
1 comentário:
Querida Marisa, o "abstracto das literaturas" foi a expressão mais infeliz que algumas vez escreveste
(e eu leio o teu blogue com bastante frequência)
. E eu tenho conhecimento de causa.
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