junho 19, 2008

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Era o desejo em ondas tímidas sempre que podia pensar nele. Era uma erupção morna, palavras deslizando sobre o calor, naufragando entre o ventre e a boca cheia de beijos. Ela encostava a cabeça ao vidro e sonhava-o durante os minutos vagos. Intencionalmente, deixava os olhos abertos enquanto a escuridão se instalava a seu lado, à sua volta e repetia a sombra dele encostada à porta, repetia o gesto casual da sua mão tocando a parede, preparando-se para lhe tocar. Era muito mais que o desejo, era o fascínio cru da carne e do suor enquanto se olhavam, como dois corpos celestes em doce colisão. Entregavam-se à ausência do amor e, em silêncio, habitavam outros corpos nesses breves instantes de abandono total. E era tudo demasiado simples para sequer ser real.

*[...] o teu corpo não me serviu de resgate[...]

1 comentário:

Anónimo disse...

lindo texto... :)

beijinho!