Dentro do carro estão seguramente quase quarenta graus. Tenho as calças coladas às pernas e as pernas coladas ao banco. O calor come as cores e passa a existir apenas o amarelo palha do chão e o cinzento sujo do céu. Na recta entre Pavia e o Vimieiro, dezassete quilómetros traçados a esquadro e régua, grito com tudo o que as minhas cordas vocais podem oferecer. Todo o amor do Mundo não foi suficiente/Porque o amor não serve de nada. Quando abrando nos semáforos do Vimieiro, sinto-me mais leve. O suor já a correr em bica mas o fardo um bocadinho aliviado.
5 comentários:
É por estas e por outras que adoro fazer a viagem Lx-Ptg ... sozinho!
oh meu deus... tb eu já fiz essa terapia! não nesse sítio e não nessas condições...mas com essa mesmíssima música! não há melhor, essas palavras são do mais certeiro que há!
há dias em que gostava de ser a mitó :P
Gosto especialmente da parte: "Não irei negar nunca o que te amei, nem mesmo quando estiver deitada sobre os lençois de outra e ela me obrigar a dizer que a amo."
Lágrimas foram derramadas...
Mais uma das maravilhas de viajar sozinha... a estrada é uma excelente companhia assim como uma brilhante terapeuta.
Também faço muitas vezes esse percurso e realmente essa recta dá para tudo.
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