É Sábado à noite e eu ainda estou no escuro do meu quarto. Aproximo-me perigosamente do regresso à realidade (aka Lisboa ou o trabalho) e sinto que há um desconforto neste avançar das horas. Já sei que amanhã não conseguirei dormir, como em todos os regressos, mas sinto que desta vez a coisa se complicou: já não é só querer estar eternamente de férias. Agora, agudizou-se esta sensação de inutilidade, esta vontade de fazer algo de melhor pelo Mundo sem ter que sofrer as pressões dos orçamentos ou do cumprimento de objectivos. Estas férias deram-me tempo demais para pensar, para sentir lentamente que o que eu tenho é uma necessidade de me humanizar, de trabalhar para pessoas e para me realizar pessoalmente. Não sei muito bem com resolver esta embrulhada mas sei que, antes de mais, o que me falta é rever a minha lista de prioridades e tentar perceber de que maneira me sentiria mais feliz.
O meu próprio corpo anda a trair-me. A minha carne continua a ameaçar boicotar os meus planos de futuro e é tudo tão incerto que a preocupação me chega numa espécie de convulsões. O meu corpo quer passar-me uma rasteira e nem tenta esconder as suas intenções. Tento respirar fundo e relativizar, engendro planos alternativos, antecipo hipotéticas dores futuras. Quando a ameaça vem de dentro, sentimo-nos ainda mais ultrajados.
Hoje (ou ontem) saiu o terceiro número desta revista. Paralelamente, aconteceu finalmente o lançamento oficial, na mesma altura em que se comemora a distribuição em todo o país. Estive presente, com todo o gosto, para poder testemunhar o sucesso que uma estrutura tão leve e independente já conseguiu até aqui. Orgulho-me de fazer parte, ainda que distante, desta equipa e de poder contribuir para mudar a imagem que muita gente ainda tem do Alentejo, dando a mostrar o talento de que nasceu abaixo do Tejo ou de quem, apaixonado, se fixou por aqui.
Sinto-me terrivelmente confusa sobre qual é o meu papel no Mundo. Sei que não pertenço ao mundo dos relatórios semanais, das estratégias de liderança e dos resultados líquidos mas ainda não consegui relocalizar-me. Queria apenas estar mais próxima das pessoas, sem que isso implicasse necessariamente avaliá-las, admoestá-las ou dirigi-las - a única coisa que desejo é estar em pé de igualdade com elas e poder absorver também as suas histórias de vida. Já pensei muitas vezes em largar tudo e começar do zero noutro sítio qualquer. Mas a ideia de deixar a minha família para trás tem-me demovido de tomar uma decisão mais impensada. Mas não se enganem, que sou uma pessoa feliz. Tenho as oportunidades de mudar, o Mundo à distância de um qualquer bilhete de avião, as pessoas que me querem bem, a metade que me faltava. Não estou só e isso é tudo. Resta-me só enterrar* esta minha insatisfação num sítio qualquer.
* leia-se resolver.
O meu próprio corpo anda a trair-me. A minha carne continua a ameaçar boicotar os meus planos de futuro e é tudo tão incerto que a preocupação me chega numa espécie de convulsões. O meu corpo quer passar-me uma rasteira e nem tenta esconder as suas intenções. Tento respirar fundo e relativizar, engendro planos alternativos, antecipo hipotéticas dores futuras. Quando a ameaça vem de dentro, sentimo-nos ainda mais ultrajados.
Hoje (ou ontem) saiu o terceiro número desta revista. Paralelamente, aconteceu finalmente o lançamento oficial, na mesma altura em que se comemora a distribuição em todo o país. Estive presente, com todo o gosto, para poder testemunhar o sucesso que uma estrutura tão leve e independente já conseguiu até aqui. Orgulho-me de fazer parte, ainda que distante, desta equipa e de poder contribuir para mudar a imagem que muita gente ainda tem do Alentejo, dando a mostrar o talento de que nasceu abaixo do Tejo ou de quem, apaixonado, se fixou por aqui.
Sinto-me terrivelmente confusa sobre qual é o meu papel no Mundo. Sei que não pertenço ao mundo dos relatórios semanais, das estratégias de liderança e dos resultados líquidos mas ainda não consegui relocalizar-me. Queria apenas estar mais próxima das pessoas, sem que isso implicasse necessariamente avaliá-las, admoestá-las ou dirigi-las - a única coisa que desejo é estar em pé de igualdade com elas e poder absorver também as suas histórias de vida. Já pensei muitas vezes em largar tudo e começar do zero noutro sítio qualquer. Mas a ideia de deixar a minha família para trás tem-me demovido de tomar uma decisão mais impensada. Mas não se enganem, que sou uma pessoa feliz. Tenho as oportunidades de mudar, o Mundo à distância de um qualquer bilhete de avião, as pessoas que me querem bem, a metade que me faltava. Não estou só e isso é tudo. Resta-me só enterrar* esta minha insatisfação num sítio qualquer.
* leia-se resolver.
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