Não nasci numa aldeia mas foi como se tivesse nascido. As pessoas conhecem-se todas umas às outras, as minhas avós param em tudo o quanto é lado para conversar com quem se cruzam, os ciganos sempre venderam a mesma roupa contrafeita à porta do mesmo supermercado onde as minhas avós foram toda a vida. Já percebi que os velhos da minha infância estão todos a definhar ou a morrer e em breve não vai sobrar-me nenhuma recordação do género.
Mas, indiferentes à modernidade ou ao progresso, as festas do meu bairro continuam. E é como se fossem as festas da aldeia: tocam os sinos, a procissão dá uma volta pela rua principal, as pessoas têm certamente guardada roupa para esta ocasião, os homens bebem demais e as mulheres dançam umas com as outras, quando não estão sentada com um cobertor sobre as pernas. Estava demasiado frio para uma noite de fim de Julho, estava vento mas havia ainda quem empinasse umas cervejas ou corresse atrás dum reguila qualquer. À tarde, formou-se fila para os carros serem benzidos (pelo patrono dos viajantes) mas não antes de estenderem o braço e pagarem (literalmente) a sua promessa.
Antes, eu esperava ansiosamente que estes dias chegassem e que pudessem romper o torpor das férias de Verão. Depois da solenidade do momento, era a hora do orgão e do acordeão. Disso e das estrelas vistas de São Cristovão, quando as noites ainda eram de calor.
Mas, indiferentes à modernidade ou ao progresso, as festas do meu bairro continuam. E é como se fossem as festas da aldeia: tocam os sinos, a procissão dá uma volta pela rua principal, as pessoas têm certamente guardada roupa para esta ocasião, os homens bebem demais e as mulheres dançam umas com as outras, quando não estão sentada com um cobertor sobre as pernas. Estava demasiado frio para uma noite de fim de Julho, estava vento mas havia ainda quem empinasse umas cervejas ou corresse atrás dum reguila qualquer. À tarde, formou-se fila para os carros serem benzidos (pelo patrono dos viajantes) mas não antes de estenderem o braço e pagarem (literalmente) a sua promessa.
Antes, eu esperava ansiosamente que estes dias chegassem e que pudessem romper o torpor das férias de Verão. Depois da solenidade do momento, era a hora do orgão e do acordeão. Disso e das estrelas vistas de São Cristovão, quando as noites ainda eram de calor.
2 comentários:
:) eu sou uma pessoa mais de outono/inverno mas estas festinhas de verão são um mimo...
fogo... e eu que moro no "talaião" há 27 quase 28 anos, e nem sabia que havia procissão!! :O
shame on me!
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