Portanto, ainda não sou aquilo que se pode chamar de "senhora". Acabei de me sentar no sofá vinda da casa de banho e posso assegurar-vos de que isto não correu nada bem: confundi sombra dos olhos com baton... Portanto, tinha baton nas pálpebras, um risco preto completamente desregrado, só as pestanas é que se safaram. Mais do que não ter jeito, acho que não tenho gosto. Não faço a menor ideia do que me fica bem e acho, no geral, que acabo sempre parecida com uma estrela de filmes de qualidade duvidosa de cada vez que me tento maquilhar. Sempre que me vejo numa fotografia maquilhada, sou como um pequeno peixe dourado, que constantemente renova as suas memórias e pergunta Quem é esta?
A minha falta de habilidade não se fica por aqui: há os saltos, por exemplo. Já usei saltos altos (aí no meu primeiro ano de faculdade, há... [tosse] doze anos) mas foi uma escolha passageira. Tenho tentado arriscar mas só eu sei como me sinto desadequada em cima das cunhas, do salto mais moderado ou dum agulha mais atrevido. O mundo das entrevistas de emprego vive das aparências dos candidatos, que muitas vezes não são avaliados pelo currículo ou experiência profissional, mas sim pelo que aparentam ser. Não é necessário dizer como me senti fora da minha zona de conforto ao ser conduzida por corredores estranhos e sentada em escritórios pouco familiares sem estar confortável. Eu gosto da simplicidade e chinelos Birkenstock para poder palmilhar as ruas de Lisboa. Aliás, se pudesse andava sempre descalça.
Tenho um casamento na sexta. Tenho tudo pronto a usar, a vestir, a estrear. Na minha cabeça, começam a fervilhar as ideias de desconforto, de estranheza em frente ao espelho. Quase a chegar aos trinta, devia também chegar a essa idade adulta?
A minha falta de habilidade não se fica por aqui: há os saltos, por exemplo. Já usei saltos altos (aí no meu primeiro ano de faculdade, há... [tosse] doze anos) mas foi uma escolha passageira. Tenho tentado arriscar mas só eu sei como me sinto desadequada em cima das cunhas, do salto mais moderado ou dum agulha mais atrevido. O mundo das entrevistas de emprego vive das aparências dos candidatos, que muitas vezes não são avaliados pelo currículo ou experiência profissional, mas sim pelo que aparentam ser. Não é necessário dizer como me senti fora da minha zona de conforto ao ser conduzida por corredores estranhos e sentada em escritórios pouco familiares sem estar confortável. Eu gosto da simplicidade e chinelos Birkenstock para poder palmilhar as ruas de Lisboa. Aliás, se pudesse andava sempre descalça.
Tenho um casamento na sexta. Tenho tudo pronto a usar, a vestir, a estrear. Na minha cabeça, começam a fervilhar as ideias de desconforto, de estranheza em frente ao espelho. Quase a chegar aos trinta, devia também chegar a essa idade adulta?
9 comentários:
vou-te responder, teoricamente, em modo post. empiricamente, pergunta-me 12 dias antes de fazeres anos.
Nao! Chegar aos trinta é igualzinho a chegar aos 25, 29 e provavelmente aos 32. Só te vais sentir bem a usar coisas com as quais não te identificas se realmente te esforçares por isso!! E a minha pergunta é: será que vale a pena?
Isso nao tem a ver com idades, mas sim com quem somos. Eu, por exemplo, descobri pela primeira vez depois dos 30 anos a felicidade de nao ter que trabalhar de fato e gravata todos os dias. E agora nao quero outra coisa. Sim, é chato e aborrecido ter que vestir todos os dias da semana como nao sou nem quero ser. Viva as havaianas, os calçoes e as t-shirts! :)
Aproveita a juventude que depois dos trinta..coff.. continua tudo na mesma.. palavra de escuteiro!
Acho que para tudo há um meio termo que é a nossa cara, até para a vestimenta "preppy".
Pode existir muita elegância num par de sabrinas e às vezes não é preciso parecer que experimentámos o catálogo completo da MAC para ter uma maquilhagem favorecedora. Aliás, a sobriedade costuma sempre funcionar melhor, por isso de certeza que vais arrasar no casamento que se avizinha. :)
Devias remeter os teus entrevistadores para este espaço.
Bem, eu acho que isso não tem que ser uma coisa má. Eu (que também já caminho para os 30) tive apenas uns sapatos de saltos até hoje e usei-os duas ou três vezes, no máximo (a minha prima pequenina usou-os mais do que eu...). É que já nem para os casamentos ou cerimonias mais formais eu me esforço por calçar uns saltos. E compro sempre roupa que use no dia a dia, quem não gostar paciência! Temos pena, chorar não podemos!
A verdade é que eu nem sei andar com saltos, ao mexer uma perna tenho que pensar no que estou a fazer e equilibrar-me para não me espalhar...É assim que somos e não temos que nos sentir mal por isso. Mai nada ;)
De nada, hein? :P
Posso dizer que vou fofa e muito confortável dentro do estilo "casamento"! Mas obrigada por todas as dicas, sim?
E oh Madeline, obrigada sim! Já me mandavas um mail com os pormenores para eu te agradecer convenientemente ;)
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