julho 15, 2006


Esqueçam as vossas noções mais básicas de geografia. Esqueçam o que sabem ainda dizer sobre a pluviosidade, formação de nuvens ( eu adorava os cumulunimbus) ou sobre a amplitude térmica. Portalegre já está na linha do Equador. Só assim é que se explica que tenha chegado ontem a Portalegre, depois de atravessar o país em direcção ao interior com o Sol sempre como companheiro, e ter assistido a uma das maiores trovoadas dos últimos tempos mas com uma temperatura a rondar os 40º. OK, talvez na linha do Equador as temperaturas sejam mais mansinhas. E além disso há sempre a vantagem de haver praias de água transparente e moços que nos abanam enquanto estamos nas redes a beber um cocktail muito alcoólico às cores. Pronto, mas continua a ser giro trocar os óculos de Sol por umas galochas.

O chegar a casa não trouxe, de todo, boas notícias. Recebo o último recibo do trabalho no call center e vejo que fui absolutamente roubada. Que fui roubada às claras e que, a esta hora, aquele pessoal se está todo a rir às minhas custas. Eu já sabia que aquele trabalho era merdoso, nunca ninguém me obrigou a aceitá-lo. Mas trabalhei sempre como se fosse o melhor do Mundo, esperando honestidade do outro lado, o que acho que é o mínimo que uma entidade patronal pode oferecer. Mas nem a isso tive direito e lá se foram algumas das minhas convicções: de que quando se trabalha deve trabalhar-se a sério; que adoptar um estratagema para roubar a empresa ou trabalhar menos é apenas ser mais um incompetente português; que não devemos fazer aos outros o que não esperamos que nos façam. Mas só me abalaram por uns minutos: respirei fundo e resolvi, mais uma vez, trabalhar com toda a isenção para que possa, pelo menos, deitar-me todos os dias sem problemas de consciência.

Mas rapidamente se esfumaram os problemas. Há tantas coisas boas para fazer quando se vem a casa: discutir cena a cena do Donnie Darko em frente a 4 ou 5 médias; mexer no meu bebé preferido e desenhar-lhe muitos touros com farpas incluídas e ouvi-lo dizer 'Maíja, fica aqui cumigo!'; comer caracóis com amigos e falar sobre o futuro, as responsabilidades e as viagens de um (:P); comer em casa das avós, que aproveitam o facto dos meus pais estarem de férias para nos encherem o prato, o copo e os bolsos.

E além disso, como posso eu ser uma pessoa infeliz?


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6 comentários:

Anónimo disse...

iih.. claro q n és uma pessoa infeliz! simplesmente, às vezes, as coisas n correm cm se gostaria.. sim, ossenhores do call center foram maus.. mas hey.. o baby ligou-te!! e brincou ctg!! há lá coisa mais FOFA??

e vivam os avós!

e os bilhetes dos concertos tb, vá..

Anónimo disse...

Ainda bem que, mesmo nas alturas piores, consegues perceber o que realmente interessa.

Haja bilhetes de concertos e o Franchico, que podem sempre trazer mais cor à tua vida... que, tenho a certeza, não é nada infeliz. :)

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Mike Monteiro disse...

Bom gosto! A 4 e 5 de Setembro também estou lá ;)

M. disse...

Sim, o gosto não é mau de todo. Se calhar gostava de ir os dois dias mas as minhas finanças obrigam-me a fazer opções... Bah.

Anónimo disse...

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