julho 17, 2006

A sala estava tão longe de estar esgotada, de estar cheia sequer. Ocupámos os nossos lugares bem em frente ao palco, num dos únicos concertos que vi sentada, completamente concentrada no que estava a ver e ouvir em vez de estar a pensar se era esmagada por alguém ou a amaldiçoar o meu metro e sessenta e três. Acho que não estava verdadeiramente preparada para aquilo que ia ver e ouvir: a voz de Jon Birgisson é tão límpida e invulgar como nos discos. E, se fechasse os olhos (como fechei), conseguia imaginar que estava outra vez deitada no meio da minha sala. Só que desta vez as batidas descompassadas do meu coração confundiam-se com o ritmo destas melodias enfeitiçantes.


E depois bem quis conter as lágrimas. Mas acho que só quis contê-las durante os primeiros segundos: percebi depois que mais valia lavar-me das memórias, deixá-las mais uma vez virem à superfície. Deixei-as correr, profundamente tocada pelo volume e delicadeza da música. Como num videoclip, passaram-me à frente tantas imagens, tantos momentos felizes, tantas coisas de que sinto falta. No final, com uma sensação de profundo alívio, só queria que me tivessem abraçado com muita força e dissessem que um dia vai deixar de doer.

7 comentários:

Anónimo disse...

uma dia n vai doer mais..

**

Anónimo disse...

um dia vai deixar de doer.

Anónimo disse...

e vai deixar de doer, francisca

M. disse...

A vocês as três, suas fofinhas :D

E eu tb teria cortado os pulsos, Tiago, se não fosse a bela companhia e algumas outras vantagens de viver, nomeadamente: Minis Sagres, o American Psycho, omelete de espargos, entre outras...

Mike Monteiro disse...

É um turbilhão de emoções. Assistir a um concerto de Sigur Rós pode ter tudo de bom ou tudo de mau. Mas continuo a acreditar que sentir é viver, seja qual favor a forma de sentir. E a Sigur Rós o devemos este fim de semana.

Anónimo disse...

/me dá abracinho e diz que "um dia vai deixar de doer". :) *

Anónimo disse...

Keep up the good work. thnx!
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