O pior acidente de viação de que me lembro ter assistido no cinema, com direito a desmembramento quase em câmara lenta; um grupos de mulheres (raparigas? gajas?) que desancam um tipo que quase as matava; o regresso de Kurt Russell, que muita gente dava como desaparecido; a auto-citação a meio do filme; e a banda sonora completamente sexy e destravada, como aliás a maior parte do filme.
Acho que precisava de uma coisa assim. Quando decidi ir ao cinema, nem estava muito convencida que ia ver o novo do Tarantino, apenas pensei que veria o que começasse primeiro. E, se é certo que a sala ficou surpreendida com o final, eu ri-me bastante e fiquei presa ao filme nos longos momentos das perseguições (o que já quer dizer muito!). É que, depois de ver o Hostel, eu já esperava tudo. De pior, entenda-se.
As coisas no trabalho estão perto de me levar a uma apoplexia nervosa. Esta semana saem cinco pessoas (umas de livre vontade, outras convidadas a sair), o que significa que é urgente preencher vagas. Há um projecto da minha equipa a terminar amanhã e não sabemos se estamos preparados: achamos que estamos mas ali já aprendi que nada é garantido. A minha chefe hoje ia entrando em colapso com os nervos que algumas exigências mais mesquinhas lhe provocam (eu a ser a felizarda que puxou o assunto). Há vagas abertas para posições acima da minha mas nenhuma neste departamento. Se me serrassem ao meio, a sensação era igual: metade de mim quer concorrer, evoluir novamente e tentar chegar a uma posição onde não tenha só que sobreviver; a outra metade, a menos assertiva, não quer sair de onde está para não ter que começar de novo, conhecer pessoas novas, ser rejeitada por colegas novos.
Às vezes acho que já não chego para todas as perguntas que me colocam, para todas as vezes que me chamam para confirmar uma opinião já certa, para repetir o mesmo procedimento cem vezes por dia. Tenho a sensação que um dia mando um par de berros a alguém e puf!, lá se vai a Marisinha disponível, a enciclopédia andante e sempre pronta a esclarecer dúvidas e apaziguar ânimos, a pessoa que lembra toda a gente de jogar no Euromilhões e recebe o dinheiro e mete os boletins e organiza os presentes de aniversário... Há dias em que CHEGA. Há dias que me sugam toda a força com que me levanto de manhã. Há dias em que as pessoas podiam parar de pensar nelas um bocadinho e olhar para fora, perceberem que há problemas que afectam a todos, até a mim, vejam lá! Eu juro que chego todos os dias ao escritório com vontade de trabalhar e de fazer a diferença mas isso tem andado a esbater-se. E, se bem que com um ajuste, já estou como o outro: 90% das pessoas deste mundo não interessam a ninguém. A mim, pelo menos, não.
(não era este o post que tinha planeado mas, na verdade, foi o que me saiu dos dedos. viva esta espécie de associações livres!)
Acho que precisava de uma coisa assim. Quando decidi ir ao cinema, nem estava muito convencida que ia ver o novo do Tarantino, apenas pensei que veria o que começasse primeiro. E, se é certo que a sala ficou surpreendida com o final, eu ri-me bastante e fiquei presa ao filme nos longos momentos das perseguições (o que já quer dizer muito!). É que, depois de ver o Hostel, eu já esperava tudo. De pior, entenda-se.
As coisas no trabalho estão perto de me levar a uma apoplexia nervosa. Esta semana saem cinco pessoas (umas de livre vontade, outras convidadas a sair), o que significa que é urgente preencher vagas. Há um projecto da minha equipa a terminar amanhã e não sabemos se estamos preparados: achamos que estamos mas ali já aprendi que nada é garantido. A minha chefe hoje ia entrando em colapso com os nervos que algumas exigências mais mesquinhas lhe provocam (eu a ser a felizarda que puxou o assunto). Há vagas abertas para posições acima da minha mas nenhuma neste departamento. Se me serrassem ao meio, a sensação era igual: metade de mim quer concorrer, evoluir novamente e tentar chegar a uma posição onde não tenha só que sobreviver; a outra metade, a menos assertiva, não quer sair de onde está para não ter que começar de novo, conhecer pessoas novas, ser rejeitada por colegas novos.
Às vezes acho que já não chego para todas as perguntas que me colocam, para todas as vezes que me chamam para confirmar uma opinião já certa, para repetir o mesmo procedimento cem vezes por dia. Tenho a sensação que um dia mando um par de berros a alguém e puf!, lá se vai a Marisinha disponível, a enciclopédia andante e sempre pronta a esclarecer dúvidas e apaziguar ânimos, a pessoa que lembra toda a gente de jogar no Euromilhões e recebe o dinheiro e mete os boletins e organiza os presentes de aniversário... Há dias em que CHEGA. Há dias que me sugam toda a força com que me levanto de manhã. Há dias em que as pessoas podiam parar de pensar nelas um bocadinho e olhar para fora, perceberem que há problemas que afectam a todos, até a mim, vejam lá! Eu juro que chego todos os dias ao escritório com vontade de trabalhar e de fazer a diferença mas isso tem andado a esbater-se. E, se bem que com um ajuste, já estou como o outro: 90% das pessoas deste mundo não interessam a ninguém. A mim, pelo menos, não.
(não era este o post que tinha planeado mas, na verdade, foi o que me saiu dos dedos. viva esta espécie de associações livres!)
2 comentários:
Ora aqui temos uma revelação nova:
"lá se vai a Marisinha disponível,.."
:)
Se nunca o disse, não foi por medo ou por vergonha. Foi porque, certamente, nunca calhou :D
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