(Depois de um dia inteiro de formação com um simpático senhor que deixou para trás Inglaterra e assentou arraiais em Gibraltar, com quem partilhámos um dos piores almoços de sempre em que um bocado de plástico fingia ser o molho bechamel dumas migas de bacalhau; depois de correr para casa sem tempo de fazer a mala nem um lanche, apenas enfiar duas ou três tangerinas na mala e perder o eléctrico que devia levar-me ao meu destino; depois do largo de Camões estar às escuras durante mais de uma hora e nós no terceiro andar termos uma lanterna minúscula com que criámos o belíssimo ambiente da nossa conversa; depois da luz voltar e beber todo o chá que conseguia aguentar e fazer o esquema do primeiro -haverá mais?- filme que vou escrever; depois de comer uma bela bifana acompanhada de uma imperial ao balcão duma cervejaria em plena avenida da Liberdade, na bela companhia deste rapaz e ao lado de dois espanhóis que despachavam uma sapateira) fui ver os The Big Church of Fire ao Maxime.
E gostei muito do que vi mas a minha provecta idade já não me deixa aguentar espectáculos divididos em sete partes e no trabalho hoje não iam ter pena de mim. Aquelas moças que eles põem a dançar lá atrás... Que maravilha. Quero ser uma rainha da selva como elas e menear aqueles adereços todos como quem está a fazer a coisa mais natural do mundo.
E hoje queria ir dançar e beber cervejas frias na mais gelada cidade do meu coração mas a chuva lavou-me um bocadinho da vontade que tenho de conduzir no escuro e sobre lençóis de água. De maneiras que hoje descansarei, jantarei outra vez sozinha e colar-me-ei a um ecran qualquer. Exactamente a sexta-feira de que precisava.
Not.
1 comentário:
Madrinha, muito obrigado pela sua presença e de ter trazido o talentoso JER. As fotos estão fantásticas. E claro, um sentido agradecimento pelas palavras de apoio e conforto deste post. Baci
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