abril 09, 2008

Porquê?

Em resposta ao desafio que a Sónia me lançou aqui, fica a explicação.

Nas primeiras vezes, escrevi num blog (que já não existe) em forma de diário. Tendo perdido a password para aceder ao mesmo, copiei os textos que tinha lá e foi assim que comecei este. Naquela altura, pensei que era uma maneira mais ou menos segura de manter um diário, sem os constrangimentos de alguém o poder ler. Já tinha experimentado a versão papel mas uma vergonha constante de ser descoberta fez-me desistir.

Depois de colados os textos neste blog, comecei a perceber que havia mais coisas sobre as quais podia escrever. E a verdade é que, ao longo dos tempos, a escrita adensou-se e foi acompanhando os meus (inúmeros) picos de humor. No início, ninguém sabia da existência do blog mas sabia que, por ser um local público, era provável que alguém lesse o que escrevia. Lembro-me que um amigo o descobriu, acidentalmente, em 2004, o que provocou uma mini-revolução na minha maneira de escrever porque sabia que estavam de olhos postos em mim.

Quando estive em Berlim, tinha a intenção de usar o espaço para mostrar como se vivia por lá. Mas a preguiça e a dificuldade no acesso à internet não me motivaram e só sobraram meia dúzia de posts errantes. Só depois de voltar consegui manter uma frequência digna desse nome - e aí já mais gente sabia que escrevia. Daí até chegar ao ponto onde estamos hoje foi um salto.

Continuo a escrever porque é, talvez, aquilo que me dá mais prazer. Sem talento para trabalhos manuais ou para tocar qualquer instrumento, sobra-me a escrita. Também não vou negar que a esperança de existir gente desse lado me faz continuar: é muito reconfortante essa sensação de feedback, de partilha - de público, enfim. Mas provavelmente continuaria a escrever se tudo isso não passasse de uma esperança porque preciso. Nem que seja meia dúzia de palavras. E a vocês, o que vos move? Ao Pedro, ao Cosmonauta, à Catita, à SuperM. e à Berlinerin.

3 comentários:

Pedro Sobreiro (Tio Sabi) disse...

Ah minha querida… eu escrevo porque assim que os dedos começam a deambular sobre o teclado, abrem-se portões dentro de mim que me conduzem a espaços que jamais saberia que existiam se não fosse tudo desta forma. Escrevo também porque quem escreve quer sempre revelar-se. A escrita é uma chamada, um grito, uma luz de presença. Em última instância, quem escreve… quer sempre ser mais amado.

Anónimo disse...

Achei graça ao desafio talvez por ainda não ter perguntado isso a mim mesma. :) Creio que criei o blog em virtude de uma necessidade diária de expressão. Não necessariamente através da escrita, mas também de fotografias e vídeos, por exemplo. Para além disso, parece-me ser um modo interessante de manter os pés bem assentes no coração daqueles de quem gosto e com quem não posso estar diariamente.

Catarina disse...

quando era miúda tive muitos diários, tantos tantos que os tive que numerar...escrever num blog acaba por ser o meu diário de adulta.
Conheci os blogs já tarde e através de algo que ainda hoje me repugna um pouco:os blogs das terras. Acho que os blogs têm um defeito muito grave, permitem que as pessoas escrevam sem dar a cara... nada é perfeito...
Todos os dias tenho algo para escrever, são dezenas e dezenas os posts que me ficam apenas na cabeça, por falta de tempo ou coragem para revelar mais qualquer coisa. Acho que hoje em dia já me custaria passar sem eles, os meus e os que leio.
Foi através dos blogs também que descobri um novo hobby, é um blog a plantaforma do meu "mundo catita".Para veres que nem no trabalho lhes escapo,participo activamente no blog do Município de Marvão.
Gosto muito de escrever, gosto muito de ser lida, gosto muito de fazer e receber comentários. Os blogs permitem partilha,aprendizagem, aproximação (a nossa também...)
Beijinhos