Este ano ainda não me tinha chegado nada parecido ao espírito natalício. Sim, eu vejo as luzes por aí e as lojas com as suas montras aprumadas e os anúncios a cinquenta mil brinquedos diferentes mas não podia dizer que alguma dessas coisas me tivesse realmente tocado. Quando saí para o jantar de Natal da empresa, não pensei na ocasião, só no lombo com farinheira que ia comer.
A escolha do sítio não me podia deixar mais feliz: a Casa do Alentejo, que além de ser um espaço lindíssimo, fala-me ao coração. O jantar foi animado, porque ninguém foi obrigado a sentar-se entre desconhecidos (como é hábito). Perdi a conta aos brindes com tintos alentejanos e aos empregados que eram castiços mas pouco delicados. Depois chegou a vez do karaoke, dominado sempre pelas mesmas pessoas, os mesmos heróis de algibeira e em que eu tive o prazer de não participar. Finalmente, foram entregues os prémios a quem se distinguiu na empresa neste último ano. Et voilá, por este ano estamos conversados.
O regresso a casa foi um momento solitário. Esperei um autocarro que nunca chegou, enquanto as ruas eram lavadas ou alagadas e os últimos indigentes se passeavam pela praça. Eu fechava o casaco e encolhia-me dentro do vestido que o vento agitava, o cabelo cobrindo-me os olhos, impedindo que alguma lágrima escapasse. Ainda há minutos era a funcionária exemplar, risonha e resistente e agora não passava de uma mulher sozinha, enregelada e profundamente vazia que caminhava em direcção a um táxi. Enquanto via a avenida desfilar pela janela, pensava que a única coisa que me resta é esperar que isto me passe. E para este Natal eu pedi apenas tempo para me ajudar a remendar o coração.
A escolha do sítio não me podia deixar mais feliz: a Casa do Alentejo, que além de ser um espaço lindíssimo, fala-me ao coração. O jantar foi animado, porque ninguém foi obrigado a sentar-se entre desconhecidos (como é hábito). Perdi a conta aos brindes com tintos alentejanos e aos empregados que eram castiços mas pouco delicados. Depois chegou a vez do karaoke, dominado sempre pelas mesmas pessoas, os mesmos heróis de algibeira e em que eu tive o prazer de não participar. Finalmente, foram entregues os prémios a quem se distinguiu na empresa neste último ano. Et voilá, por este ano estamos conversados.
O regresso a casa foi um momento solitário. Esperei um autocarro que nunca chegou, enquanto as ruas eram lavadas ou alagadas e os últimos indigentes se passeavam pela praça. Eu fechava o casaco e encolhia-me dentro do vestido que o vento agitava, o cabelo cobrindo-me os olhos, impedindo que alguma lágrima escapasse. Ainda há minutos era a funcionária exemplar, risonha e resistente e agora não passava de uma mulher sozinha, enregelada e profundamente vazia que caminhava em direcção a um táxi. Enquanto via a avenida desfilar pela janela, pensava que a única coisa que me resta é esperar que isto me passe. E para este Natal eu pedi apenas tempo para me ajudar a remendar o coração.
1 comentário:
Espero que o próximo Natal e todos os dias do ano que se segue, possam ser passado junto ao teu amor!
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