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São horas, digo-te eu. E tu, como que antecipando o vazio que aí vem, puxas-me para ti e esmagas-me contra o teu corpo ainda dentro da cama. Mas antes é tão cedo e podes sentar-te no cadeirão debaixo da imensa janela e tocares, tão apaixonado pela guitarra e com esse olhar tão intenso que pousas sobre mim a espaços. E ainda me podes tentar mostrar a tua vida antes de mim, em minutos escassos, atravessados pelas tuas pausas e pela maneira como tudo faz sentido.
É contigo que isto me acontece, esta sensação de flutuar sobre todas as coisas supérfluas, esta vontade de devorar o Mundo, esta sensação de que não existe mais nada a seguir. Só que, tendo procurado, ainda não sei onde estás. Mas tu sabes onde eu estou e isso, de alguma maneira, sossega-me. Aqui.
1 comentário:
Fugir deste modo, nunca é tarde demais...:)
Que romântico e corajoso|
Beijos, muitos
Madalena
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