Não estava à espera deste filme. Não é que me tivesse enganado na sala de cinema ou que não quisesse vê-lo. Só não estava à espera dele, não sabia dele o suficiente para achar que ia gostar de o ver. E, talvez por isso, gostei muito. Não é aquele gostar de às tantas já pensar que eu podia ser uma personagem do filme, o campeonato é outro.
Um dia li Quero entupir os meus sentidos contigo e agora esta frase faz muito mais sentido. Estamos imersos num mundo de sensações, somos estimulados continuamente sem sequer darmos conta, temos os sentidos adormecidos. Quase todas as personagens do filme sofrem deste bloqueio e procuram no sexo, no prazer carnal a redenção. Não interessa se nos sentimos uma ilha ou se sentimos que do outro lado não há ninguém a ouvir - enquanto o nosso corpo puder sentir outro(s) corpo(s) haverá sempre esta espécie de retorno. É como se o sexo nos pudesse provar que estamos vivos - aqui estás, despida dos males do mundo, com os sentidos concentrados noutro corpo nu igual a ti, dá a ti mesma a possibilidade de te arrepiares.
Como tantas outras pessoas, as personagens do filme fogem do seu isolamento, da sua incapacidade em sentir, da impossibilidade de fazerem parte de alguma coisa maior. O sexo não as torna mais normais ou não lhes devolve a paz que procuram. Mas enquanto a pele toca outra pele, enquanto se beijam de olhos abertos, enquanto suam nada mais tem que fazer sentido. Esse momento é o sentido. Somos todos perigosamente iguais - abandonamo-nos por momentos, à espera de uma revelação. Ela chega e, depois de breves segundos, volta tudo ao que era. A sensação de satisfação nunca permanece mas, durante esses instantes, somos felizes a acreditar que aquilo é tudo o que existe. E não é?
Um dia li Quero entupir os meus sentidos contigo e agora esta frase faz muito mais sentido. Estamos imersos num mundo de sensações, somos estimulados continuamente sem sequer darmos conta, temos os sentidos adormecidos. Quase todas as personagens do filme sofrem deste bloqueio e procuram no sexo, no prazer carnal a redenção. Não interessa se nos sentimos uma ilha ou se sentimos que do outro lado não há ninguém a ouvir - enquanto o nosso corpo puder sentir outro(s) corpo(s) haverá sempre esta espécie de retorno. É como se o sexo nos pudesse provar que estamos vivos - aqui estás, despida dos males do mundo, com os sentidos concentrados noutro corpo nu igual a ti, dá a ti mesma a possibilidade de te arrepiares.
Como tantas outras pessoas, as personagens do filme fogem do seu isolamento, da sua incapacidade em sentir, da impossibilidade de fazerem parte de alguma coisa maior. O sexo não as torna mais normais ou não lhes devolve a paz que procuram. Mas enquanto a pele toca outra pele, enquanto se beijam de olhos abertos, enquanto suam nada mais tem que fazer sentido. Esse momento é o sentido. Somos todos perigosamente iguais - abandonamo-nos por momentos, à espera de uma revelação. Ela chega e, depois de breves segundos, volta tudo ao que era. A sensação de satisfação nunca permanece mas, durante esses instantes, somos felizes a acreditar que aquilo é tudo o que existe. E não é?
2 comentários:
Tão a propósito que veio este teu post sobre os instantes em que acreditamos que certas coisas existem. Esse filme foi, apesar de algumas risadas pelo meio, dos que mais me ensinou nos últimos tempos. Ainda bem que também gostaste. :)
Já nos víamos, não? :)
Beijinho
Ó Madeline... Eu também me ri muito com o filme. E houve alturas em que nem sabia se devia olhar para o ecran :D
E sim, já nos podíamos ver :P
*
Enviar um comentário