Parece que desta é que foi.
(Mas eu não deixei de te amar, cidade do meu berço. Eu continuo a sentir saudades do fumo que te cobre nos dias em que a chuva está para vir e do silêncio que ouço sempre que estou no meu quarto. Nunca vou gostar de outro azul-céu como aquele com que te vestes no tempo bom e nunca hei-de esquecer como vi a serra a arder num destes Verões. Vou gostar sempre de ti, especialmente quando me dizem que ali já não há Alentejo, porque eu sei que o Alentejo não é só planície até perder de vista. Quando me perguntarem onde nasci, vou dizer o teu nome sempre com orgulho. Vou contar a toda a gente como é especial o Beco da Fava, como há Verões em que nos tentas sufocar, como já subi à torre do castelo para te olhar numa noite já escura. Se ainda puder, vou mostrar o que se sente quando voltamos e começamos a ver as antenas lá muito ao fundo ou como olho mil vezes para o retrovisor nos dias em que te deixo. O pragmatismo da documentação nunca há-de apagar a portalegrense que tenho cá dentro.)
6 comentários:
Partilho por inteiro todas estas palavras...
Portalegrense
Conseguiste, mais uma vez, emocionar-me com as tuas palavras. Lembro-me do que me custou esse trâmite burocrático há uns anos, e que ainda hoje não me reflecte quando tenho que mostrar o BI.
Obrigada por escreveres assim e nos deixares ler-te
adorei este teu texo, se não te importares vou referi-lo no meu blog
Mafaldinha: não me faças corar, mulher! Quando se escreve apenas o que se sente é fácil.
Catita: obviamente, fico feliz com a referência no teu espaço :)
Conheço uma musica que é a luva deste post. Sem me querer armar aos cucos, é bem capaz de ser a luva do teu sentimento. É uma música em português.
Antena. D'A Naifa.
Diz-me se concordas.
Um beijo.
'...um rádio sempre a tocar... um coração avariado que não posso desligar...'. É perfeita, sim.
:)
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