agosto 28, 2008

Destilar (ou a violência começa aos 4m40s)



Cansada de me importar, hoje quero a violência de que fujo nos outros dias. Preciso desta tensão a impedir-me de respirar, de dançar desajeitadamente no meu corredor, de suar o que me faz mal, de acabar deitada no soalho, o cabelo escuro a contrastar com a madeira, eu completamente espalhada pelo chão. Acontece que me canso, como dizia o poeta. Acontece que os dias não são todos iguais e tenho dentro uma revolução em curso, tenho coisas para dizer mas não ouso dizê-las, sinto-me vacilar. Preciso de violência, de me esquecer do que sinto, de me afogar em esquecimento. Divido-me entre a varanda e o sofá, ensaio os passos junto à parede, preparo-me para sacudir as coisas belas. Sinto-me urgente, envenenada pela minha própria vontade, traída pela minha absurda capacidade de acreditar. Quero a cabeça cheia de ruído e o coração arrumado.

5 comentários:

Andreia Sofia disse...

Olá!

Gostei muito do teu blog! Parabéns!!

Passa no meu e dá a tua opinião.

Beijinhos

Anónimo disse...

"quero a cabeça cheia de ruído e o coração arrumado."

é isto, mesmo. quando conseguires diz-me. preciso, tanto...

Rita disse...

Gostava de ler um livro escrito por ti.

Por agora contento-me (e muito) com o teu blog.

Obrigada.

Anónimo disse...

ela ja esta a escrever o livro dela.

é a sua vida...


baci
MT

M. disse...

(vocês mimam-me com as vossas palavras)