

Subimos a calçada da Estrela às quatro da manhã, como se fossem quatro da tarde. Paramos frente a talhos, à Assembleia da República, a leitarias antigas. Não quisemos esperar pelo táxi que nunca chegaria vazio à rua dos Poiais de S. Bento - a caminho! Antes, tínhamos jantado a massa do costume, ouvido música tocante e dançado um
slow ao som da
Space Oddity. Ele não é um herói e eu não sou uma super-mulher. Somos, talvez, personagens de um enorme melodrama que não se desfaz há demasiados anos. Um dia, ele escreveu-me o testamento nas costas de um poster do Axl Rose e disse-me que o devia guardar com a vida. Ainda o tenho comigo. Já sei que nunca o vamos conseguir cumprir. Mas eram quatro e tal da manhã e saber que ele vai dormir descansado ou, pelo menos, perto disso, sabe-me bem.
1 comentário:
Foi bom chegar a casa e ler as tuas palavras...
E hoje vais dormir o que realmente mereces.
B dos grandes, daqueles enormes.
Enviar um comentário