Uma coisa que tem preocupado esta cabecinha (que se tem entretido ainda com outras coisas que a seu tempo verão a luz do dia também) é o futuro, no sentido profissional da coisa. Há três anos a trabalhar no mesmo sítio, sinto que a minha relação com este sítio está muito desgastada. E, confesso, estou cansada de correr atrás de banalidades. Impedida por alguma inabilidade de fazer só e apenas o que gosto de fazer (escrever), mato o tempo que resta com a gestão de pessoas e tudo o que isso tem de memorável e irritante. E até sou boa a fazer isso. E provavelmente mudo-me apenas de empresa e fico exactamente na área onde estou. E acho isso parvo.
E se não fosse escrever, gostava de estar à frente de um turismo rural. Receber pessoas, organizar actividades, cozinhar... e ter tempo para escrever o livro que às vezes sinto que está dentro de mim. Mas o investimento é qualquer coisa de impensável agora e o livro atrasado por achar que só consigo escrever sobre o que conheço. Gostava de tudo menos estar onde estou. Sou bem tratada mas mal paga, especialmente se pensar em tudo o que tenho que fazer todos os dias. Só que o bom ambiente por si não paga as minhas contas e também não promete um futuro assim tão auspicioso.
Portanto, uma unidade de turismo rural, com um alpendre enorme onde eu penduraria a minha rede para as sestas e com uns canteiros onde daria os primeiros passos na jardinagem e onde faria deliciosas tartes de maçã e frutos silvestres está para nascer. Mas a planta já está na minha cabeça e já vejo um cantinho com uma secretária virada para uma seara qualquer e uma daquelas gaiolinhas para grilos com um esfregando as asas de contente, enquanto os meus hóspedes mergulham na piscina para escapar ao Suão e da cozinha chega um cheiro a pimentos frescos e a hortelã. E darei a todas as palavras que carrego dentro liberdade de construírem mundos e de fazerem outros falar e terei ideias para tantas folhas em branco que uma sala deixará de ser suficiente. E não estarei sozinha porque levo deste tempo quem me tomou o coração.
Mas amanhã estarei ainda na capital e terei que falar sobre estilos de liderança. A tarte e as novidades ainda terão que esperar.
E se não fosse escrever, gostava de estar à frente de um turismo rural. Receber pessoas, organizar actividades, cozinhar... e ter tempo para escrever o livro que às vezes sinto que está dentro de mim. Mas o investimento é qualquer coisa de impensável agora e o livro atrasado por achar que só consigo escrever sobre o que conheço. Gostava de tudo menos estar onde estou. Sou bem tratada mas mal paga, especialmente se pensar em tudo o que tenho que fazer todos os dias. Só que o bom ambiente por si não paga as minhas contas e também não promete um futuro assim tão auspicioso.
Portanto, uma unidade de turismo rural, com um alpendre enorme onde eu penduraria a minha rede para as sestas e com uns canteiros onde daria os primeiros passos na jardinagem e onde faria deliciosas tartes de maçã e frutos silvestres está para nascer. Mas a planta já está na minha cabeça e já vejo um cantinho com uma secretária virada para uma seara qualquer e uma daquelas gaiolinhas para grilos com um esfregando as asas de contente, enquanto os meus hóspedes mergulham na piscina para escapar ao Suão e da cozinha chega um cheiro a pimentos frescos e a hortelã. E darei a todas as palavras que carrego dentro liberdade de construírem mundos e de fazerem outros falar e terei ideias para tantas folhas em branco que uma sala deixará de ser suficiente. E não estarei sozinha porque levo deste tempo quem me tomou o coração.
Mas amanhã estarei ainda na capital e terei que falar sobre estilos de liderança. A tarte e as novidades ainda terão que esperar.
9 comentários:
Se tiver de acontecer, acontecerá. E o sonho alimenta a vida. Não o percas.
Era tao bom nao era? Espero bem que consigas concretizar o sonho. Eu penso tantas vezes na mesma coisa (a unica diferenca e que em vez do turismo rural, abria o meu cafe/livraria - que nos meus sonhos seria um estrondoso sucesso, com escritoros famosos a lancarem la as suas obras-primas). Quem sabe... ;)
=)
És a verdadeira Downshifter…
Hoje fui ao Dr. Marco e tive a oportunidade de folhear as páginas das suas sublimes revistas, e foi com o que me deparei, esse conceito de culto urbano… se é assim que se pode chamar.
Terei todo o prazer de te dar a conhecer na sua totalidade, fez-me a vontade e deixou comigo essa preciosa revista… ui ui.
Beijo
Penso que para a escrita tens com toda a certeza muito jeito, ao ponto de me ter tornado um leitor assiduo do teu Blogue. Não nos conhecemos mas tanto quanto sei temos alguns amigos em comum, naturalmente gente de Portalegre.
Deves alimentar esse sonho e muito bom seria que mais pessoas como tu decidissem que esta na altura de combater a desertificacao do interior e em particular a do Alentejo. Mas nos tempos que correm as coisas estão dificeis, acho que temos mais é que aguentar os dissabores laborais. Mais vale um mau salário que salário nenhum...sei que não me posso queixar do meu, mas para o receber tive que mudar de país e mesmo de continente e deixar família e amigos para trás...enfim, espero que seja temporário e ainda alimento a esperança de em breve voltar para o Alentejo e aos fins de semana poder aproveitar a vida social de Lisboa...até lá tenho que contentar com a paisagem do Namibe.
saudacões desde a namibia
JB
Uma leitora em Lisboa, outra na Nova Zelândia. Um leitor na Pedra Basta, outro na Namíbia... M. goes international!Ficam convidados para a inauguração da minha (futura) cabaninha!
( e JB acho que nos cruzámos em casa da Ana Maria, não?)
Este post deveria ter como música de fundo os Go West- King of wishfull thinking.
É verdade! Com toda a certeza que nos cruzamos "chez" Ana Maria, mas infelizmente não me recordo de ti e pelas fotos do blogue não "vou lá"...acho que deve ter algo a ver com umas "mines" a mais :-)no meu sistema, o costume...coisas que me acontecem em Portalegre.
Bom fim de semana
JB
Visito o teu blog regularmente e identifico-me contigo muito especialmente neste texto. Será por ambas sermos alentejanas e vivermos em Lisboa?
Não sei, cara leitora anónima. Provavelmente sim. A alentejanice tem destas coisas :)
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