Malta que está ausente mas, na verdade, está online. Pessoas que estão offline mas afinal falam conosco porque, aparentemente, fogem de alguém. Gente que está online mas não responde... Eu sinto-me cansada disto. Porque é uma coisa relativamente simples mas toda a gente tem a mania de a complicar. Isto é a forma que tenho de me sentir menos sozinha quando estou realmente sozinha em casa. Mas é também a forma de solidão mais moderna que conheço.
Hoje a noite arrefeceu. Ainda não foi desta que nos livrámos das trovoadas e por isso o tempo continua abafado durante o dia. Sentei-me ao balcão para umas boas horas de conversa. É como aquela imagem do tipo desesperado que já bebeu demais e chateia o barman. Só que não bebi demais e não estou a chatear ninguém: estou basicamente a ouvir. Há alturas em que nos sentimos capazes de dizer as coisas mais inomináveis e que temos vergonha de confessar a nós mesmos. Porque sentimos uma certa proximidade. E porque nos parece aquele o único momento de despejar mais esse fardo e aliviar a pressão que nos esmaga a carne contra o coração.
Quando me sento ali, sinto que posso dizer tudo. Sinto que nada do que possa dizer me vai envergonhar ou espantar que me ouve. Aquele banco é muito mais do que um confessionário poderia ser. Não há religião enquanto falo com a mini à minha frente mas há um sentimento de apaziguamento quase comparável a um sacramento. Durmo melhor com esta heresia a escapar-me dos dedos do que com a pobreza das minhas escolhas.
Hoje a noite arrefeceu. Ainda não foi desta que nos livrámos das trovoadas e por isso o tempo continua abafado durante o dia. Sentei-me ao balcão para umas boas horas de conversa. É como aquela imagem do tipo desesperado que já bebeu demais e chateia o barman. Só que não bebi demais e não estou a chatear ninguém: estou basicamente a ouvir. Há alturas em que nos sentimos capazes de dizer as coisas mais inomináveis e que temos vergonha de confessar a nós mesmos. Porque sentimos uma certa proximidade. E porque nos parece aquele o único momento de despejar mais esse fardo e aliviar a pressão que nos esmaga a carne contra o coração.
Quando me sento ali, sinto que posso dizer tudo. Sinto que nada do que possa dizer me vai envergonhar ou espantar que me ouve. Aquele banco é muito mais do que um confessionário poderia ser. Não há religião enquanto falo com a mini à minha frente mas há um sentimento de apaziguamento quase comparável a um sacramento. Durmo melhor com esta heresia a escapar-me dos dedos do que com a pobreza das minhas escolhas.
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