Não gosto muito de excepções. Dou-me melhor com aquilo que é certo do que com terrenos movediços e por isso não me dou mal com rotinas. Quando se permite uma excepção, abre-se todo um caminho para o descontrolo e para a imprecisão. Não é que eu seja fundamentalista: é só como me sinto mais confortável.
No trabalho, por exemplo... Há um conjunto pouco complicado de regras a cumprir, que envolvem pontualidade, produtividade e espírito de equipa. Até uma certa altura, todos éramos obrigados a cumpri-las na íntegra (sem grandes esforços nem grande controlo) para que tudo funcionasse na perfeição. Agora, admitem-se todos os dias excepções, muitas das vezes por motivos absurdos, o que vai levar a uma rebaldaria impossível de controlar. Pervertem-se os princípios e a honestidade das pessoas, premeia-se o jogo de aparências e retira-se a importância ao cumprimento das regras. Aquilo que me consola é que mais tarde não vou ter que ser eu a tomar decisões ou a jogar o trunfo da mão de ferro: quando a altura chegar, eu vou estar sentada na minha cadeira, a ver a manhã avançar sobre Lisboa, a fixar-me na ponte 25 de Abril e no Cristo Rei por alguns segundos, enquanto penso que o poder é difícil de exercer.
E no amor? Aí nem gosto de falar de excepções. Principalmente, porque estou constantemente a concedê-las. Primeiro decidi que não me queria apaixonar mas como isso não é uma coisa que se consiga assim, do pé para a mão, reconsiderei e decidi que podia ser de vez em quando. Portanto, andava a apaixonar-me de tempos a tempos, sem pensar muito nisso. Só que arranjei sempre maneira de me apaixonar pelas coisas e pelas pessoas erradas, ou porque a ocasião era a menos feliz, ou porque eu e a coisa/pessoa não estávamos no mesmo comprimento de onda. E aí decidi que não voltaria a apaixonar-me por coisas/pessoas impossíveis (assim do género a vida é óptima desta maneira, ai mas eu nunca te disse que gosto de ser livre/tenho namorada/não sei o que quero/não quero ninguém?) mas a verdade, a verdade verdadinha, é que não consigo. Desde a primeira vez que caí nesta que não me consigo levantar e há sempre mais um encanto na manga que me apaixona à primeira.
Então e a rádio? Basta sintonizarem o bicho naqueles canais manhosos que dão as mesmas músicas há dez anos consecutivos e os últimos êxitos de cordel e eu dou comigo a bater o pé. Fosse a minha cabeça e o meu coração como um rádio e a minha vida era muito melhor: ou baixava o som ou mudava de posto. Excepções é que nunca mais.
No trabalho, por exemplo... Há um conjunto pouco complicado de regras a cumprir, que envolvem pontualidade, produtividade e espírito de equipa. Até uma certa altura, todos éramos obrigados a cumpri-las na íntegra (sem grandes esforços nem grande controlo) para que tudo funcionasse na perfeição. Agora, admitem-se todos os dias excepções, muitas das vezes por motivos absurdos, o que vai levar a uma rebaldaria impossível de controlar. Pervertem-se os princípios e a honestidade das pessoas, premeia-se o jogo de aparências e retira-se a importância ao cumprimento das regras. Aquilo que me consola é que mais tarde não vou ter que ser eu a tomar decisões ou a jogar o trunfo da mão de ferro: quando a altura chegar, eu vou estar sentada na minha cadeira, a ver a manhã avançar sobre Lisboa, a fixar-me na ponte 25 de Abril e no Cristo Rei por alguns segundos, enquanto penso que o poder é difícil de exercer.
E no amor? Aí nem gosto de falar de excepções. Principalmente, porque estou constantemente a concedê-las. Primeiro decidi que não me queria apaixonar mas como isso não é uma coisa que se consiga assim, do pé para a mão, reconsiderei e decidi que podia ser de vez em quando. Portanto, andava a apaixonar-me de tempos a tempos, sem pensar muito nisso. Só que arranjei sempre maneira de me apaixonar pelas coisas e pelas pessoas erradas, ou porque a ocasião era a menos feliz, ou porque eu e a coisa/pessoa não estávamos no mesmo comprimento de onda. E aí decidi que não voltaria a apaixonar-me por coisas/pessoas impossíveis (assim do género a vida é óptima desta maneira, ai mas eu nunca te disse que gosto de ser livre/tenho namorada/não sei o que quero/não quero ninguém?) mas a verdade, a verdade verdadinha, é que não consigo. Desde a primeira vez que caí nesta que não me consigo levantar e há sempre mais um encanto na manga que me apaixona à primeira.
Então e a rádio? Basta sintonizarem o bicho naqueles canais manhosos que dão as mesmas músicas há dez anos consecutivos e os últimos êxitos de cordel e eu dou comigo a bater o pé. Fosse a minha cabeça e o meu coração como um rádio e a minha vida era muito melhor: ou baixava o som ou mudava de posto. Excepções é que nunca mais.
2 comentários:
Nem sempre a excepção abre um caminho para o descontrolo. Isso depende da pessoa a quem foi permitida a excepção.
No amor é impossivel nao ceder a excepções, lol, a partir do momento em que não "mandas" no que sentes, perdes o controlo.
Normalmente, escolho sempre mal a pessoa a quem permito a execpção. Hence, o descontrolo :)
Não mandar no que se sente é bom mas só quando a outra parte também não manda :P
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