agosto 25, 2008

Ficção #4

Perguntas-te se a isto que vês se chama felicidade, se é assim que os teus olhos brilham quando cais a seu lado na cama, desfeito em suor, as forças esgotadas pelo desejo que não consegues conter, os lábios dormentes de tantos beijos. Não sabes com certeza se foi ela a conservar-te este sorriso mas é como se estivesses deitado e ela rolasse sobre ti e os cabelos longos te caíssem sobre o pescoço. Ela diz qualquer coisa que não consegues decifrar, é um poema em segredo feito de três palavras e das mãos com que te desenha de luz acesa. Estás suspenso no tempo e no calor húmido deste sótão onde acendes mais um cigarro que sorves como se dele pudesses extrair o sabor dela quando te provoca cautelosamente, como se ela mesmo tivesse na boca esse cigarro instantes antes e pudesses ainda resgatar o gosto a mulher deitada numa praia selvagem.

6 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo blog, nem que seja pelo facto de existir há tanto tempo. Espero poder contar com ele por muitos mais anos e continuar a seguir todos os momentos da tua vida que acedes a partilhar connosco. Continua assim!

K. disse...

Que gosto ler-te.

M. disse...

Anónimo, muito obrigada e espero poder continuar a contar com as tuas visitas.

K., the feeling is mutual :)

A.S. disse...

Muito bom. Como sempre!

Anónimo disse...

Olá, estava passeando.., procurando sobre borboletas... sem querer me deparei com esse blog, entrei por curiosidade e fiqueii, vc é interessantissima garotaa!!agora virei sempre passear aqui, mesmo tendo encontrado borboletas que naum procurava.
Outra coisa, vc tem
um diálogo sobre clementine e joel, é de algum livro?

M. disse...

Obrigada pelo elogio e sim, volte sempre :) O diálogo que está no meu perfil é de um dos meus filmes preferidos, Eternal sunshine of the spotless mind.