Tendo alguma tendência para ser uma pessoa conflituosa, é com muito desconforto que me vejo no centro de um conflito entre pessoas da mesma equipa. Tenho mais ou menos jeito para ser a parte ofendida e bastante queda para ser a parte que despoleta o conflito. Mas esta posição, esta neutralidade forçada e necessária fazem com que dê comigo imersa em palavras de apaziguamento e conselhos sobre contenção - o que tem a sua piada ou não fosse eu do género primeiro falar, depois pensar.
É daqueles casos em que não interessa saber quem tem razão. Tudo assenta no tom ou na forma como se escolhe encarar o que divide as partes. Por muito que seja amiga de uma das pessoas, não é isso que me paga os ordenados no final do mês. E é exactamente isso que me coloca numa posição ingrata: eu não posso fazer o que acho porque sou obrigada a fazer o que é melhor. E quem diz fazer, diz pensar ou mesmo falar. É por essa razão que, apesar de concordar com quem me está mais perto, admito que essa pessoa está errada na colocação das premissas. Baralhados? Eu também.
Saí do trabalho e, até este momento em que escrevo, isto já me assaltou os pensamentos umas vezes valentes. Não me cabe a mim nenhuma decisão, apenas tentar manter a cordialidade, união da equipa e tentar chamar as pessoas à razão. Mas esta trivialidade faz-me pensar como é difícil fazer o que está certo. Aliás, mais do que isso, faz-me pensar como custa saber o que está certo. Como é que posso ter a certeza que não estou a ser injusta? Como é que posso pesar os argumentos de ambas as partes de forma igual se uma das pessoas é mais do que colega de trabalho? Como é que posso convencer ambas as partes a aceitarem-se e a prometerem fazer mais cedências? Estou a dar demasiada importância a uma disputa mesquinha ou estou a tocar o fundo de algo realmente importante? Se há coisa que eu gostava que dissessem de mim era 'Oh ela é uma pessoa muito justa'. Muito mais do que 'Ela é muito boa onda' ou 'É uma pessoa muito divertida'. O senão disto tudo é que a justiça não traz manual de instruções. E eu, inventando pelo caminho, não tenho a certeza de estar a acertar em coisa alguma.
É daqueles casos em que não interessa saber quem tem razão. Tudo assenta no tom ou na forma como se escolhe encarar o que divide as partes. Por muito que seja amiga de uma das pessoas, não é isso que me paga os ordenados no final do mês. E é exactamente isso que me coloca numa posição ingrata: eu não posso fazer o que acho porque sou obrigada a fazer o que é melhor. E quem diz fazer, diz pensar ou mesmo falar. É por essa razão que, apesar de concordar com quem me está mais perto, admito que essa pessoa está errada na colocação das premissas. Baralhados? Eu também.
Saí do trabalho e, até este momento em que escrevo, isto já me assaltou os pensamentos umas vezes valentes. Não me cabe a mim nenhuma decisão, apenas tentar manter a cordialidade, união da equipa e tentar chamar as pessoas à razão. Mas esta trivialidade faz-me pensar como é difícil fazer o que está certo. Aliás, mais do que isso, faz-me pensar como custa saber o que está certo. Como é que posso ter a certeza que não estou a ser injusta? Como é que posso pesar os argumentos de ambas as partes de forma igual se uma das pessoas é mais do que colega de trabalho? Como é que posso convencer ambas as partes a aceitarem-se e a prometerem fazer mais cedências? Estou a dar demasiada importância a uma disputa mesquinha ou estou a tocar o fundo de algo realmente importante? Se há coisa que eu gostava que dissessem de mim era 'Oh ela é uma pessoa muito justa'. Muito mais do que 'Ela é muito boa onda' ou 'É uma pessoa muito divertida'. O senão disto tudo é que a justiça não traz manual de instruções. E eu, inventando pelo caminho, não tenho a certeza de estar a acertar em coisa alguma.
4 comentários:
confesso que detesto ler, embora adore tudo o que gira envolta de um livro...
se houvesse comprimidos com livros la dentro tomava, a mensagem seria instantanea...
até á relativo pouco tempo não lia romances, voltei a ler...
talvez isto tudo seja apenas falta de tempo... a verdade e que as tuas palavras deram-me uma enorme vontade de agarrar nos 3 romances que tenho a meio...
OK já levo uns quantos gin tónicos em cima neste momento. Não sei se o que vou dizer vai fazer sentido para ti (nem sei se sou a pessoa indicada para o dizer).
O facto é: tu nunca vais ser totalmente justa. Vais tomar uma decisão baseada em quem és e em quem queres ser: quem és diz-te o que gostarias de fazer ,quem queres ser diz-te se o que gostarias de fazer é aceitável ou não. Do balanço das duas resultará a tua decisão. Acho que acabei por dizer o mesmo que disseste por outras palavras.
Dito assim parece simples, mas não é... como tu própria estás a sentir.
Outra coisa chata é que se estás sempre a pensar no tentar ser e não no ser, acabas por não gostar do estar :P e disseste tu que o teu post era confuso :) At least I blame the alcohol :D
Anyway, força nisso! :)
Rir é sempre o melhor remédio.
:D
Rik, obrigada por tentares. Foi, em todo o caso, o comentário mais confuso que alguma vez li em algum blog :D
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