Ele leva o cigarro à boca enquanto a câmara segue atrás dele. O vento forte na escarpa deixa-lhe o cabelo em desalinho. Sobe sozinho pelo caminho já marcado, como se soubesse exactamente onde tem que chegar. Bebe um café e ri-se, as mãos dele tremem, são incertas porque querem ser perfeitas. Encosta a cabeça ao vidro da carruagem do comboio que rasga a paisagem urbana feita de ferro e vidro em repetição monótona. Quando sorri, brilham-lhe os olhos, ilumina-se-lhe o rosto e, por instantes, não é mais tímido. Está sentado em frente a um piano e é como se começasse lentamente a esquecer-se de quem é para nos devolver qualquer coisa mais pura. Tem duas argolas na orelha e deixa os cigarros arderem enquanto traz a sua fantasia ao mundo. É muito bonito e a música que faz, sem que ele saiba, encerra muitas das coisas que um dia eu já quis dizer. Chama-se Yann Tiersen.
* ou este documentário, onde me apaixonei ainda mais.
* ou este documentário, onde me apaixonei ainda mais.
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(L)
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