Ele tem os vincos do trabalho e do sacrifício desenhados na expressão cerrada. É um homem fechado dentro de si mesmo, é o par de mãos com que remenda um casco de um barco velho. Não sabendo oferecer nada de si, carrega consigo uma caixa de peixe que se multiplica pelas suas várias famílias. Sentado, a janela aberta de par em par, contempla o cais vazio enquanto acende outro cigarro. Por ter trabalhado toda a vida num estaleiro, é uma traineira abatida que quer ainda fazer-se ao mar alto. Têm amor, aqueles olhos lentos e escuros. Mesmo que o amor não se mostre nunca através da ternura - ele faz, simplesmente, aquilo que tem a fazer.
* ou deslumbrada com a autenticidade, humor e surpresas deste filme.
3 comentários:
por recomendação de um amigo, usei a internet do trabalho para sacar este filme do emule. quer dizer, ele não me recomendou que usasse a internet do trabalho, nem muito menos o emule. mas convenhamos que a viver no meio do mato, a única possibilidade de acesso a cinema que não seja o stallone semanal, ao sábado, é, no mínimo, remota.
a minha pirataria é perfeitamente justificável.
isto para dizer que baixei o filme, verifiquei se estava inteiro e intacto e... ainda não o vi!
agora só fiquei com mais vontade.
estou, momentaneamente,fora do mato e de visita à urbe, mas parece-me que já tenho plano para domingo à noite.
Vi o trailer um dia destes na RTP.2 e já tinha ficado curioso. Agora ainda mais.
Muito bom o filme, é verdade.
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