Os dias são passados no piso -1, longe de qualquer visão do mundo exterior. Enquanto cá fora se instala a neblina, eu divido-me entre louvores merecidos, explicações atabalhoadas sobre coisas que ninguém entende, alertas para a precária situação mundial e conversas com alguém que se senta algures no Norte da Alemanha. Quando volto à superfície, i.e. o sexto piso, não sei se ainda é dia ou se o Inverno simplesmente se recusa a dar tréguas. Com trabalho para fazer em casa todos os dias até à próxima semana, resta-me pouco tempo para ser livre e ocupar o que resta do meu cérebro com as coisas boas da vida. Agora que tenho uma espécie de uma aberta, vou (re)viciar-me nisto. E lembrar-me que, se há coisas de que gosto, é de olhos castanhos, camisas rasgadas e uma paixão que subsiste, mesmo no meio do mar.
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(voltam os sonhos estranhos, os lugares que conheço mas de onde não consigo sair, os momentos da madrugada em que me lembro do que devo fazer de manhã. e volto a caminhar meio apática, ainda a temperatura não ultrapassou as duas casas decimais, apenas salva pela música dos Dead Combo, que é a mesma coisa que dizer salva por Lisboa. dentro da carruagem do metro, encosto-me sempre à mesma porta, a que já ouso chamar minha, como se de um pedaço de território se tratasse. são duas estações de metro, um caminho curto e desinteressante, só suportável com os ecrans onde vejo as pessoas que entram enquanto as portas fecham. à dificuldade extrema em manter os olhos abertos, juntam-se as carrancas de quem já anda nisto há anos e de quem se esqueceu do chapéu e de quem não suporta o calor das luvas. se apenas os olhos castanhos me salvassem, se encontrasse a paz onde procuro redimir-me, o sono voltaria a beijar-me)
1 comentário:
tás a ver como não poderia ver eps de lost ctg? nem sei quem é este senhor fofinho que aqui apresentas! n teria a mínima piada! lol
tb tou farta do inverno!! disso e dos meus torcicolos, claro. dass!
lhe amo (L)
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