Numa espécie de limbo, de contornos esbatidos pelo cansaço e pela chuva. Absorto em avaliações de vinte e oito pessoas, incapaz de se alegrar com viagens de trabalho, com o dobro da cabeleira por causa desta odiosa humidade. A precisar da corrida que o mau tempo lhe tem estado a negar, planeando matar as saudades do templo de Diana, ignorando recorrentemente outras saudades. A acordar ainda é noite escura, recebendo encomendas do estrangeiro, ansioso com os prazos de testes daquela que poderá ser a primeira resolução de Ano Novo cumprida - o novo emprego. Cheio de sonhos estranhos em que nunca consigo chegar a lado nenhum, ando ando ando e há sempre qualquer coisa a prender-me, a atrasar-me, há sangue e há paredes que eu galgo como se ágil fosse o meu segundo nome. Visto por um otorrinolaringologista antigo e cavalheiro, confuso com os sinais e com uma ferida no coração a sarar baixinho. E devagar.
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