dezembro 27, 2004

Em dia de espalhar contribuições nos blogs em que participo, não podia deixar de vir aqui e deixar uma imagem recente que (tenho que ser sincera) me comoveu.



(O meu pai e o meu vizinho lindo Franchicola, numa pose de "avô-neto". A pressão sinto-a nos meus ombros, quando vejo que o meu pai está pronto e ansioso por ser avô).


*ai*

dezembro 25, 2004


novembro 30, 2004

So mais um post para esconder o embaraco que era ter apenas 69 posts. Sim, a minha mente e suja.

novembro 25, 2004



Qual prostituta cinematográfica você é?



Erm. Pois. Por esta e que eu nao esperava..

outubro 20, 2004

Bem, estou em Berlim ha mais de uma mes. E ainda nao escrevi uma unica linha aqui. Mantenho um diario em papel, que tambem nao actualizo diariamente (como deveria ser). Mas parece-me que a inspiracao para escrever foi subitamente ultrapassada pela vontade de experimentar tudo e ver tudo ao mesmo tempo. Entupir os meus sentidos e a palavra de ordem. Quando tiver que voltar a escrever com frequencia, vai ser uma coisa natural...

*Berlin rocks my world!*

setembro 13, 2004

E pronto. É mais ou menos isto. Não há nenhuma despedida nem lamechice do género - este vai apenas ser o meu último post em terras lusas durante pelo menos 3 meses. A viagem está marcada para depois de amanhã (quarta, dia 15) e o friozinho no estômago vai-se instalando, assim como quem não quer a coisa... Acho que tenho medo. Na verdade, tenho muito mais que isso. Tenho medo, pena, ansiedade, vontade, pressa.
Desde Maio ( a altura em que pensei em ir) que o resto dos dias não faziam sentido: estava apenas em contagem descrescente para meter-me num avião e partir. Mas agora a dimensão é outra: faltam dois dias e nada aqui parece fazer sentido. Portanto, o melhor que me podia acontecer era dormir e só já acordar quando fossem horas de ir para o aeroporto. Não sei o que me espera do lado de lá mas só pode ser coisa boa.
[acena]
Acho que na Alemanha também há computadores. Esta novela segue dentro de momentos, algures numa sala em Berlim.
[gostava de ter uma lágrima ao canto do olho mas está a guardá-las para o aeroporto]

agosto 30, 2004


Ontem a câmara não parava quieta. Estava irremediavelmente cheia de vontade própria. Isto lembra-me qualquer coisa. Se calhar nos meus sonhos vejo assim...

agosto 18, 2004

Tá feito. Já tenho o bilhete comprado e vou voar para Berlim dia 15 de Setembro. Não tenho casa para me abrigar ainda mas obrigo-me a pensar que esse é um pormenor sem importância ( e há dias em que durmo mal a pensar nisso..). O tempo avança, impiedoso, e eu começo a assustar-me com o facto de estar tanto tempo afastada da minha casa e do meu país. Mas, ao mesmo tempo, estou fascinada com esta minha vida Nova que vem aí e com todas as possibilidades que ela me traz. Agora são 6 meses, depois logo se vê.
Há uma série de coisas que me assusta: as poucas horas de Sol, a famosa frieza dos alemães, a falta de contacto com a nossa gastronomia, a distância (que vou sentir como infinita) a que vou estar de quem gosto, a mera possibilidade de não gostar nem da cidade nem do país.
Há o outro lado, mesmo assim: a proximidade de países que gostava de visitar, a oferta cultural, as festas só para Erasmus, o facto de me ver irremediavelmente independente a tantos kilómetros de casa.
Ai.

agosto 10, 2004

Apeteceu-me dizer que, apesar de não ser recente, este é o disco que ando a ouvir. Está de boa saúde e recomenda-se :)




'Electric Pocket Radio', The Incredible Moses Leroy

julho 26, 2004



 
To all my friends in Newcastle. I miss you guys :)

julho 18, 2004

Estive num intercâmbio com pessoal de Newcastle e um polaco de Lublin de 8 de Julho até ontem. Subordinado ao tema (parolo, diga-se) 'Addicted to sports', fizemos várias actividades com eles em vários pontos do nosso distrito, nomeadamente paintball, percursos pedrestes, canoagem, natação e montámos mesmo a cavalo.
Foi a minha primeira vez num projecto deste género mas já sei que agora vou ter que repetir. Criam-se laços fortes de amizade com as pessoas porque somos 'obrigados' a passar muito tempo juntos. Junte-se a isso um sentido de humor em comum (independente do país onde se nasceu) e uma grande vontade de 'Festa!' e temos a receita ideal para fermentar uma boa amizade.
Num acesso de loucura, acabei casada virtualmente com um deles. E com tanto inglês, tive que acabar logo casada com o único polaco do grupo (sigh)
 

 

julho 05, 2004

[encolhe os ombros]

[finge que não aconteceu nada enquanto assobia]

[não liga a televisão]

[ARGGGGHHH]

[pensa em desistir de gostar de futebol]

julho 04, 2004

E agora pergunto: será que, como eu, mais alguém sonhou com o jogo desta noite?


(aguarda os inúmeros dedos no ar)

julho 02, 2004

Os mortos dormem ao sol. E quanto mais calor eu sinto, mais tranquilidade eles reunem. Eles dormem enquanto nós suspiramos tanto. Debaixo dos ciprestes, eles estão dormentes, indiferentes à nossa dor, à sua ausência. Nada magoa mais e nós sujeitos ao ritual sempre exagerado e triste que os coloca definitivamente sob terra. Não quero chorar. Ninguém especial morreu mas continua-se a suspirar e ansiar pelo seu retorno.
Prolongamos demasiado uma vida que já não valia nenhum esforço: nem o choro, nem o cuidado médico, nem a dor.
Sopra o vento com força lá fora. As persianas batem zangadas, como se nos avisassem do fim. Não há fim. Não há nada depois disto. E eu queria acreditar, como fazem aqueles que demonstram sofrer mais. Queria acreditar que a vida é menos dolorosa depois, que nem o vento perturba aqueles que descansam sem querer. Eu quero descansar assim, sem que ninguém me peça contas de nada. E depois morrer sob este calor desumano, que não te deixa dormir e não ter que ouvir que alguém vai para casa só porque não aguenta o peso da mortalidade. Desistir é tão fácil. E eu estou zangada, porque nada impede que ele me sinta, nem mesmo a vontade de morrer antes de tudo, antes de todos... Nunca irei perceber a tua voz, embora me tenha enamorado da tua cara. À primeira.

julho 01, 2004

Cheguei demasiado cedo para a frequência de Filmologia e não suporto estar a rever apontamentos imediatamente antes de me sentar para escrever. Quanto mais tempo passa mais medo sinto da altura em que vou ter o enunciado nas mãos. (suspiro)
Estamos na final do Euro 2004, como poderia eu deixar passar isto em branco.. Chorei no jogo contra a Espanha porque na altura me parecia que era o mais importante e sem dúvida o mais decisivo mas agora a confiança aumentou tanto que não consigo comover-me da mesma maneira. Será ridículo sentir assim as coisas? Provavelmente. Mas deixei-me contagiar, como tantos, pela prestação brilhante da nossa selecção e nem mesmo o facto de ser mulher pode impedir-me de sentir todas as emoções de um jogo de futebol (isto para os homens que acham que as mulheres nem percebem nem sentem o mesmo que eles).
Foi impressionante passear ontem por Lisboa (já que a Carris resolveu mais uma vez fazer greve) e ver como se multiplicavam os símbolos de Portugal. Desde os cachecóis enrolados no pulso ou pendurados na mala, às bandeiras feitas cintos e fita para o cabelo, às camisolas (que algumas lojas estamparam oportunamente com as nossas cores e símbolos), todos queriam participar na festa e mostrar que se orgulham de ser portugueses (pena é que seja preciso uma equipa de futebol para gostarmos de ser quem somos..). Fico feliz quando vejo todas as pessoas unidas em torno de algo comum: pena é que isso não possa acontecer sempre, todos os dias.

Parabéns Portugal!
(engulo agora amargamente as palavras que disse no início: 'Nunca passaremos os grupos')

junho 27, 2004


Which Rock Chick Are You?



Could be. Riiiiight.

junho 20, 2004



Não me lembro da última vez em que foi tão importante para o país um jogo de futebol. Apesar da euforia com que partimos para a Coreia, desta vez é diferente. Estamos em casa, podíamos ter sido favoritos e esperamos que o treinador cumpra com a reputação que obviamente o precede. Pessoalmente (e apesar de ter sido já ameaçada de morte por declarações destas), acho que amanhã muita gente vai recolher a bandeira que tem na varanda. Mas como em tudo, há uma esperança pequenina que me obriga a continuar a acreditar. Que hoje possamos fazer a festa...

(rói as unhas)

junho 16, 2004

A minha última compra no que aos dvds diz respeito foi a primeira série de '7 palmos de terra' (Six Feet Under), que dava há uns tempos na antiga RTP2. Deixei de aceitar convites para cinema nas segundas porque não podia sair de casa. Obriguei amigos meus a verem comigo episódios que não podia perder e tive que explicar vezes sem conta a história para eles poderem acompanhar minimamente. Viciei-me naquilo. E depois comprei a caixa, para poder ver sempre que me apetecer.
E quero ser essa tipa aí na foto, essa da seta mesmo.


junho 15, 2004



E pronto. este é o meu singelo contributo para a nossa selecção. Se todas nós pudéssemos apoiá-los assim, talvez a motivação fosse maior e eles pudessem ganhar aqueles jogos que toda a gente pensa que já estão no papo.. (suspiro)

junho 14, 2004

Andei enfiada no Rock in Rio a trabalhar e outras coisas que depois explicarei; estive no Super Bock Super Rock a assistir a um dos concertos do ano (Pixies rock my world!); sofri com o desaire da selecção que, odeio dizer, já esperava; comemorei Santo António dividida entre a porta do Arroz Doce, no Bairro Alto, e o beco da Boavista. Fui tudo sui generis, nada correu como esperavamas foi tudo tãoooooooo bom...

maio 21, 2004



Liars.
Começaram as festas da minha cidade. Vim propositadamente para acompanhar tudo como manda a lei e já comecei.
Ontem abriram as festividades e para a noite estavam reservados dois nomes no cartaz: Kaviar (??) e Gomo, acompanhado de um VJ. Cheguei a meio do concerto de Kaviar mas chamar-lhes-ia 'Wray-Gun-versão-armada-em-engraçada-e-sem-metade-da-garra', o que não é de todo mau. O rock era potente e devia muito à escola antiga mas depois sempre que o vocalista tentava ser engraçado estragava tudo ('sim, ali o nosso guitarrista El Cabron Patron está já bem estabelecido no mundo dos filmes porno' é uma intervenção pouco engraçada). Se bem que a última música que tocaram (amorosamente dedicada a uma Inês) me fez sentir que ia gostar de a ouvir outra vez.
Depois o melhor, aquilo que esperávamos para ver. Não gostei da entrada do Gomo: vinha vestido com um macacão vermelho e pensei que só Adolfo Luxúria Canibal pode mover-se no palco assim. Dois dos elementos da banda parecem directamente saídos de uma banda pimba: o baixista segura o instrumento quase perto do pescoço e o teclista tem um daqueles Casios que se tocam como uma guitarra. Vermelho, ainda por cima. Gomo apregoava as virtudes do guitarrista Manel (que, segundo parece, tem já um clube de fãs que conquista destroçando corações pela tournée). O alinhamento exacto não sei mas Gomo apenas tem um album, passeou-se pelos temas de 'Best of Gomo' com alegria suficiente para contagiar as pessoas,tímidas e com medo da chuva. Quando se anunciou 'It's all worth for the summer', Gomo chama pessoas para o palco para participarem na sua aula de ginástica e foi um sucesso. No momento alto da noite, as pessoas subiram para o palco a custo (mesmo não havendo grades a protegerem) e ensaiaram com Gomo uma aula de ginástica que, repito, contagiou tudo e todos.
Para o encore foi (obviamente) escolhido o tema 'Feelin' alive', que foi o segundo tema de maior sucesso na noite.
Há uns meses atrás eu disse que odiava Gomo. Ainda odeio a parte em que ele canta com a voz de Pato Donald mas ele conseguiu, sem remédio, conquistar-me.




É este, o Gomo :)

maio 20, 2004

Agora já podem encher as orelhinhas com novo som! Criei uma rádio com as músicas que mais me apetecem ouvir agora. Basta irem aqui, escolherem a área das rádios privadas e depois procurarem por 'Super Nita Fm'. Enjoy :)

maio 16, 2004




Eu sei que isto é ser ridícula e infantil. Mas não consigo deixar passar sem nota aquilo que este gajo me faz sentir.
*Grrraaaauuuu*

maio 09, 2004

Quero agarrar tudo ao mesmo tempo. Quero ter tudo nas minhas mãos e brincar e jogar e inflamar um coração. Quero tanto as coisas que não sei comportar-me nem sei o que me faz falta. Quero desfazer-me em prazer, entupir os meus sentidos com os outros para disfarçar a tua ausência. Para fingir que nem me importo e nem sofro com nada. Sou intocável às vezes. São momentos breves.

maio 08, 2004





Fiquei sem fôlego.

maio 02, 2004

Quando era uma piquena travessa mas muito amiga do seu livro, havia um livro de que gostava especialmente. Gostava não: ainda gosto muito. Falo, é óbvio, da 'Enciclopédia Ilustrada da Decoração', numa edição muito moderna e robusta do Círculo de Leitores.
No original 'Das Grosse Praktische Einrichtungsbuch', esta maravilhosa enciclopédia compilava textos da reputada revista 'Schöner Wohnen', sendo a escolha dos mesmos deixada a cargo do grande senhor das compilações: Roland Gööck (não, não me enganei, o raio do gajo chama-se mesmo assim). Além disso, nesta obra podemos desfrutar do magnífico trabalho de tradução de Cristina Welter Ribeiro, ajudada no campo técnico por Carlos Eugénio Monteiro.
Folheava a enciclopédia e sonhava com a casa que iria decorar um dia. As fotografias mostravam ambientes entre o vanguardista e o kitsch; ás vezes havia um candeeiro a mais, outras as cadeiras eram dispensáveis. Mas, de todas as fotografias que mais gostava, havia talvez uma de que gostava mesmo mesmo mesmo. Imaginava-me assim, com os meus amigos (que ainda nem conhecia), sem que ninguém nos pudesse ver ou ouvir. Quero uma sala de estar assim, pelo menos antes de ser grande e ter filhos.


maio 01, 2004

Durante a minha leitura semanal das revistas cor de rosa (que ponho em dia todas as sextas feiras em que venho a casa), descobri uma coisa que me indignou. Então não é que há uma magana que está a tentar chegar aos calcanhares da nossa querida Elsa Raposo? A única vantagem que esta magana tem é que no Mónaco existem poucos homens, é mais fácil andar com todos.


abril 25, 2004

Será que iria semear muito inveja por aí se dissesse que tenho uma foto juntinha do grande Marco Paulo? (provas em breve)

abril 24, 2004

Carta a um ex-namorado

Hoje os grilos já cantavam na rua. Parecia uma noite de verão e eu lembrei-me de todas as noites de verão que passámos juntos. Pensava que me tinha esquecido de muita coisa e afinal estava enganada.
Não me lembrei das coisas como fazia antes, não desejava secretamente que tudo se repetisse. Mas a nostalgia assaltou-me. Sorri no caminho do carro até casa porque não guardo nenhuma recordação infeliz.
Lembrei-me daquela tarde no meu quarto, antes de um festival. Estávamos sozinhos em Lisboa e parecia que também não existia mais ninguém no mundo. Deitados na minha cama, só em cima do colchão, sem lençóis nem roupa, tentávamos iludir o calor. Ouvíamos 'In a bar under the sea' dos dEUS e fazíamos coisas que não me atrevo a contar a ninguém. Partimos para o festival e eu estava encostada ao teu ombro. Não queria saber de mais nada.
Depois lembrei-me de como me estimulaste para tudo: fizeste-me gostar de música a sério, ensinaste-me a pintar, escrevias poemas para mim. E eu estava deslumbrada, porque eras dois anos mais novo que eu. Abriste-me as portas para o que sou hoje.
Lembrei-me de um jantar que fizeste para mim. Estavas sozinho em casa e cozinhaste: bifes grelhados e croquetes de batata ( so much for the romantic dinner). Ouvimos Diana Krall (isso realmente nunca pegou) durante o jantar, depois dançámos e deitaste-me no teu quarto escuro. Só eu e tu, sempre.
Um dia fizemos uma promessa. Iríamos morar juntos para Paris assim que os cursos estivessem acabados: sonhávamos com umas águas furtadas no bairro dos pintores e não interessava mais nada. Nunca fomos nem nunca iremos.
Agora és feliz à tua maneira. E eu sinto-me orgulhosa de tudo o que fazes porque sei que nasceste com talento. Gosto muito de ti, gajo da minha vida. Nunca poderia voltar a namorar contigo mas que foi bom, foi :)

abril 23, 2004

A minha flor preferida é a papoila. É foleiro porque acho que ninguém oferece ramos de papoilas.. Mas não há flor nenhuma de que goste mais. Esta semana, na viagem habitual até Lisboa, reparei que elas começam a espreitar as bermas da estrada mas estão ainda longe de salpicar os campos.
Quando andava na escola primária, colhia as papoilas ainda fechadas e fazia um jogo. Era suposto acertar na cor da papoila, que podia ser branca, rosa ou vermelha. 'Galo galinha ou pinto*?' era o que dizia. E eu ganhava muitas vezes.




* Galo correspondia ao vermelho, galinha ao rosa e pinto ao branco. Pretty obvious uh?

abril 16, 2004

Tenho muitas coisas para fazer.

- estudar a voz passiva para o teste de Alemão IV que tenho na próxima terça.
- ler sete-romances-sete para Lit Ing Contemporânea
- ver cinco dvds e a primeira série completa do Twin Peaks
- dormir aquilo que nem nas férias consigo recuperar
- organizar metodicamente a minha colecção de mp3s
- construir a minha máquina fotográfica Pinhole
- suportar o meu pai a redescobrir todos os sons do telemóvel
- perder peso
- dissecar a minha vida amorosa inexistente

E, com isto tudo, ainda me enfio no quarto e me agarro ao pc, mesmo quando não há nada de interessante para fazer aqui.. (suspiro)
-

abril 15, 2004

Acabei agora de ver 'The virgin suicides' (suspiro). Sentia-me estranha por ter adorado o 'Lost in Translation' e nem sequer ter visto o primeiro filme da Coppola e portanto resolvi que já não era sem tempo. Houve quem me dissesse que este era um dos melhores filmes dos anos 90. Não posso concordar, pelo menos ainda, porque ainda estou a digerir o filme. Achei-o muito doce e suave, a luz é extraordinária ao longo do filme, a inocência dos miúdos (Lux não era inocente, eu sei) comoveu-me porque tornavam tudo num jogo infantil e sem pretenções.
A certa altura, eu mesma me sinto fascinada com as irmãs Lisbon, com a aura que parecia fazer parte daquelas cinco crianças louras que, pelo mistério e beleza, estavam constantemente rodeadas de atenção. O motivo pelo qual se suicidam enraivece-me: era tão simples mudar, tão simples ceder, deixar que todas elas crescessem em paz. Já conheci muitas pessoas sufocadas assim mas, felizmente, sempre foram cobardes o suficiente para não acabarem com a vida. Porque para mim o suicídio não é mais que um acto de cobardia, mesmo sabendo que é decidido num estado extremo de ansiedade e desespero e que o suicida procura apenas liberdade.

.às vezes gosto mesmo de viver.
Serve então mais um copo. Uma noite a beber não fará mal pior e dará p'ra esquecer o vazio que me ataca, esta dor de viver, a feroz solidão que me faz q'rer morrer, morrer!

Gnoma, Mão Morta

Pudesse eu amar Adolfo Luxúria Canibal...

abril 11, 2004

Ah e boa Páscoa e essas coisas todas.
A mim os ex-namorados chateiam-me.
Porque nos cobram dívidas antigas; porque nos distraem dos outros bem mais interessantes; porque se tentam justificar sem perdão; porque pagam cerveja e nem sabemos agradecer; porque lhes temos que dar boleia para casa; porque pedem o impossível; porque despertam coisas que não queremos desenterrar; porque nos telefonam a horas impróprias; porque dizem coisas que não queremos ouvir; porque têm amigos que apostam em nós, mesmo depois de seis anos passados; porque se peidam em público; porque se fazem a outras gajas entretanto; porque não passam de mais do mesmo; porque me assombram até mesmo os sonhos;porque não têm noção do papel na nossa vida; porque não compreendem que já não os queremos; porque bebem demais (ok, eu também);porque têm namoradas chatas e impacientes; porque chateiam os nossos amigos; porque são intransigentes; porque não os quero mais.

abril 10, 2004

música linda e miserável ao mesmo tempo. interrogo-me quantas vezes seguidas a consigo ouvir. todas. todas as que eu quiser. fecha os olhos.
eu imagino-te assim. as tuas costas com sinais. acabado de tomar banho. o teu cheiro. sem calor. com calor. acordo e é de dia e tu estás ali. eu viro-me e sorrio. para qualquer lado. não faz mal que não vejas. eu vejo-te. mesmo de costas.
apetece-me sorrir, sabes?
efeito R*
podia ouvir esta música para sempre.
dorme. beijava os teus olhos fechados, se pudesse.
beijava-te. (ponto final)
com o coração aos saltos.

26 Outubro 2002
As coisas pouco mudam.
Tomara que visses as coisas como eu. Admiro o teu mundo mas não o compreendo. Sinto falta de ti mas não te quero perto.

abril 09, 2004

"Someone like you"
New Order

This can't be real.
My heart is burning.
How does it feel?
Well, let's say I'm learning.
It had to come.
The ship has landed.
It's time to run.
The crew are stranded.
We're having the time of our lives.
We're lost in a cruel paradise.
Someone like you could make me feel like I used to do.
Return my heart, yeah. Make it real like it was at the start.
Someone like you. Someone like you, yeah.
You're everything to me:
the sweetest symphony.
All that I try to be,
you are my harmony.
I guess what I mean to say
is you keep the wolves at bay.
We're children on holiday.
Here comes the clown.
We're having the time of our lives.
We're lost in a cruel paradise.
Someone like you could make me feel like I used to do.
Return my heart, yeah. Make it real like it was at the start.
Someone like you. Yeah. Someone like you, yeah


Tenho saudades tuas.

abril 08, 2004

Hoje vou para Évora outra vez. Nestes últimos tempos, a frequência das minhas visitas tem aumentado consideravelmente. Mas nem isso mudou alguma coisa e hoje vou já determinada a não te dizer que vou, a arriscar um encontro não-planeado em frente à Sé ou no Harmonia. Por outras palavras, deixei-te como querias: em paz.
Parece-me indecoroso que uma mulher demore mais que um minuto a urinar.

abril 07, 2004

Depois de ler 'À espera de Godot', sinto-me completamente tentada a nunca mais pensar sequer no nome do seu autor (Samuel Beckett). Não posso, obviamente, debruçar-me sobre a genialidade da peça - o meu percurso académico impede-me de fazer isso. Mas posso dizer que há já muito tempo que não lia uma coisa tão aborrecida e desmotivante. Absurdo não é mesmo comigo.

abril 06, 2004

Uma grande, grande senhora.





Eu Cindy Sherman
Às vezes sinto-me um bocado angustiada porque não consigo, como a maior parte das pessoas, expulsar devidamente a raiva que vai acumulando cá dentro. Não tenho nenhum saco de areia ou uma bateria em casa. Em ambos os casos ia desancar alguma coisa (se bem que as coisas não têm ancas). E como agora estou num desses momentos em que precisava de cuspir a raiva toda, lembrei-me de enumerar as 'coisinhas' (reparem na raiva com que digo isto, dentes cerrados) que mais me dão raiva.

a)Dentro do autocarro
. as pessoas que cortam as unhas na carreira 46 que vai até à Damaia
. as pessoas que trocam de lugar mais de uma vez numa viagem entre a Praça do Chile e a Alameda
. as pessoas que falam tão alto ao telefone que o autocarro inteiro se sente constrangido e tenta não incomodar
. as velhas que usam peruca (não só as dos autocarros mas em geral)
. todas as pessoas que manobram as chatices que acontecem nos autocarros para expulsarem demónios (aqueles que, não tendo sequer um amigo, acham que discutir por causa de um lugar sempre é uma maneira tão digna como outra qualquer de comunicar com alguém)

b) Na rua
. as pessoas que ficam a ver montras, longe do vidro, impedindo as pessoas de passar
. as pessoas que, em dias de chuva e levando chapéu de chuva, continuam a circular encostadas aos prédios, deixando as pessoas sem chapéu à mercê da intempérie ( já antes bem lembrado aqui)
. ter que olhar constantemente para o chão, de modo a não pisar nenhuma oferta simpática dos cães da minha rua
. o cheiro de muitas pessoas com quem me cruzo diariamente
. ter que passar mais que uma vez por dia pela montra da 'Foto Toni', que até tem lá uma fotografia daquele miúdo que faz novelas na TVI, que é tão giro, ai, como é que ele se chama, eu já vi as novelas todas que ele fez, sei o nome..

c) No café
. as pessoas que falam tão alto que é impossível não ficar a saber quem é que deve a quem e quem encornou quem
. os empregados que não nos ligam nenhuma só porque não temos pinta de estrangeiros
. empregados que usam diminutivos em todo o lado ( 'Aqui está a sandezinha e mais a minizinha' ou 'Quem vai comer o resto desse bifinho? Querem que apague a luzinha?')
. pessoas que comem de boca aberta e nos deixam vislumbrar em momentos o belo do bolo alimentar (contra a minha família falo)
. pessoas que deixam 10 cêntimos de gorjeta (faziam como eu, que não deixo nada e era bem mais digno para quem não recebe)

d) No cabeleireiro
. as mulheres que passam a sessão inteira a espreitar as outras pelo espelho para tentar adivinhar 'onde é que aquela ordinária comprou aquele casaco bem engraçado?'
. as cabeleireiras estagiárias (ou lá como lhes chamam), pela reconhecida inaptidão para todos os serviços de cabeleireiro. Ser cabeleireiro/a é um estado de alma com o qual se nasce já.
. as funcionárias a dizerem mal da patroa
. a patroa a descompôr as funcionárias
. não terem revistas cor de rosa actualizadas, é sempre tudo do mês passado, caramba! Uma pessoa quer saber da vida do jet-set e nem aí pode
. o facto de ser apenas (encoberto, é certo) um salão de escárnio e mal dizer

e) No geral
. pessoas que não concordam com a minha opinião
. pessoas que são demasiado felizes
. pessoas que não têm a mínima ideia de como se comportar em grupo
. a Avril Lavigne
. o chefe da cantina da minha faculdade
. pessoas que não gostam do mesmo que eu
. autocarros cheios, a cheirar a suor
. pessoas que me acham parva
. pessoas que pensam que podem brincar comigo e tentar manipular os meus sentimentos a seu bel-prazer

.tudo o que não me faz feliz.

abril 05, 2004

Lembrei-me de repente que o Vitor Baía continua, sem dúvida, a ser o jogador mais sexy do campeonato português. Especialmente quando está de gatas na sua pequena área, a tentar perceber onde está a bola...
Já percebi a dica das hormonas. Não vou esperar mais por ti. Que o clima e as hormonas e as noitadas e o estudo te façam bom proveito. Não pretendo ser só mais um 'saco sem cabeça' na lista. Saí a tempo.

abril 04, 2004

Notícias do interior.

O cd que mais vezes tenho ouvido ultimamente (além da música 'Someone like you' dos New Order em modo repeat doentio) é dos Franz Ferdinand. Que voz! Partes há em que me arrepio mesmo. Noutras apetece-me dançar, desvairada. Quem me dera ter esta voz a sussurrar-me qualquer coisa ao ouvido.

A fome resultante do consumo de estupefacientes é deliciosa.

abril 03, 2004

Uma amiga de um amigo meu, em conversa com ele, referiu-se a mim como 'aquela tipa meio freak', fim de citação. No âmbito do direito de resposta, e indignada com semelhante rótulo, uso este espaço para me defender.

a) eu lavo-me com regularidade e, consequentemente, não cheiro mal.
b) o meu cabelo é macio e sedoso, como o de qualquer gaja que se preze
c) não há guizos presos no meu vestuário para anunciar a minha entrada numa sala
d) as minhas cores favoritas não são o rosa ou o lilás ou o azul petroil (bem, esta talvez sim)
e) não uso sprays nas paredes com dizeres do género "O ar condicionado mata" ou "Big Brother is watching you"
f) sou bastante adepta da carne, mal passada de preferência (embora a cozinha macrobiótica me seduza também)
g) não gosto de t-shirts do Sid Vicious
h) tenho ideais mas sou um bocadinho menos extremista
i) não vou para as faculdades dos outros, partir cabeças com paralelos
j) não sou uma parasita da sociedade, que só quer fundos para construir um centro comunitário para o pessoal, sem nunca sequer ter trabalhado na vida

Menina, não sou 'meio freak'. Sou uma gaja normal.. o que quer que isso signifique.

abril 02, 2004

E depois disso vieram as alucinações e eu deitava as mãos à cabeça, girava sobre mim mesma, era percorrida por um feixe de luz que me esventrava mas nada saía do meu corpo. Fiquei inteira mas as visões perturbadoras não paravam.

Presenciei ontem o estranho caso do tipo que foi possuído pela nova RTP, nomeadamente pelo espírito do brilhante Luís de Matos, enquanto este fazia mais um dos seus truques idiotas. Tivemos que chamar um padre exorcista.


março 30, 2004

Goste-se ou não do filme, abençoado Jim Caviezel *sigh*


Às vezes dou grandes concertos, sozinha em casa. Pego no meu desodorizante Vasenol (passo a publicidade, mas experimentem e verão como se parece com um microfone!), calço uns sapatos (porque é impossível "concertar" descalça) e ponho o som bem alto. Uns dias canto um cd do princípio ao fim; outros, faço a minha própria playlist (e preencho os momentos em que estou a mudar o cd para interagir com a multidão que ali acorreu só para me ver).
É difícil encontrar um cd em que saiba cantar todas as músicas ( a voz rouca não me ajuda nada) mas lá vou conseguindo uns plenos. Aquelas partes que não sei cantar dedico-as mais uma vez ao público - peço para me acompanharem e fica tudo resolvido. Escolho a parte da sala ou do quarto que mais se adequa: é preciso ficar virada para a zona da divisão que mais pessoas pode albergar. Nada é feito ao acaso.
Às vezes fico mesmo suada. Salto e pulo como se estivesse mesmo em palco. E se bem que não consigo sentir realmente as músicas (porque não fui eu que as criei), entusiasmo-me como se tivesse nascido para aquilo. Eu sei que parece desesperado mas é mesmo bom fingir que milhares de pessoas estão ali só para me ver. Sou uma música e cantora frustrada, pois.
Uma vez descobri que não sou só eu que dou estes concertos. Apaixonei-me por um tipo que teve a coragem de me contar que fazia o mesmo. Perdeu a vergonha e disse que "concertar" o fazia descontrair - derreti-me na hora porque pensava que era só mais um segredo infantil que ninguém ia perceber. E depois ele continuou com as confissões e eu descobri quase um espelho de mim. Mas isso foi há algum tempo e agora, mais do que lembrá-lo, eu estou ocupada em não pensar sequer nele, em fingir que ele não existe e em inventar razões para o odiar. Mas imagino que a agenda de concertos dele esteja sempre cheia. Pode ser isso o que o afasta de mim.
Desisto agora de esperar pelo professor de Filmologia, que normalmente até é um tipo pontual. Atarracado e tímido mas pontual q.b. O resto da turma continua à porta à espera, ou seja, cerca de 100( e apenas cerca de 5 gajos!) gajas esperam por ele. Imaginem, portanto, a gritaria que não vai no quinto piso...
São onze e meia da manhã e as minhas aulas acabaram por hoje. Daqui resulta que eu vou para casa, provavelmente deitar-me no sofá e ficar a olhar para o tecto. Sou mesmo interessante.

março 29, 2004

Há 3-semanas-3 que não ponho os pés em casa. As salas de computadores da faculdade estão sempre a abarrotar de Erasmus que falam com os amigos e a família e, francamente, não me apetecia pagar internet.. Só venho postar para que fique registado como tenho saudades de casa e do pessoal todo. Já deito Lisboa pelos olhos, o que altera significativamente o meu humor e disposição. Felizmente, esta semana volto para casa para mais uma semana de férias *uuufff*. Espero ansiosamente por sexta feira...

março 14, 2004

Esta tipa aqui em baixo é a minha irmã. Não posto uma foto normal dela porque não tenciono partir corações nem arrasar com lares supostamente felizes. Damo-nos bem, ao contrário da maior parte dos irmãos que conheço, o que já de si é marcante. A nossa história não tem nada de aberrante, chocante ou invulgar. Somos irmãs e eu gosto dela e pronto.

À tua espera. Mas pouco conformada.

É assim no fundo que batemos quando chegamos a casa, cheios de cerveja e a postar coisas completamente sem sentido e que só reflectem a sorte que tivemos em chegar a casa com o carro intacto.
No intervalo deste magnífico post, aqueci uma tigela de sopa de massa com feijão, que faria chorar qualquer comensal habituado ao Tavares Rico. Definitivamente, there's no place like home. E a sua massa grossa :)
Os meus amigos bebem todos demais. Aliás, como eu. Não posso evitar sentir-me em casa num sítio em que as minis custam ainda sessenta cêntimos. Como o outro diz: 'Bebo para chegar a casa e não ouvir certas e determinadas coisas.', o que na realidade é uma grandessíssima tanga porque ele chega a casa e não tem ninguém a tentar iniciar uma conversa inconveniente. Aliás, como eu.
Não há desculpa, portanto. Somos uma cambada de tonis que só pensam em beber toda a cerveja possível de um barril de duzentos litros e mesmo assim chegar a casa capazes de nos aconchegarmos no calor do edredão. Pode ser que assim consigamos entrar no Lidl dos recordes. Humpf.

março 13, 2004

Distância e indiferença são duas palavras presentes nestes últimos dias e que associo a nós. Quanto mais penso em distrair-me, mais distante me pareces e mais indiferente te sinto. Esta semana pensei muito. Mas pensei tanto que quase tomei uma decisão sem ter que escrever os prós e os contras numa folha em branco. Só sei tomar decisões sob pressão.
Já não sei nada sobre nós mas esta foi uma conclusão a que cheguei há mais tempo. Ou melhor, até sei uma coisa: que nunca me vais querer da maneira como te quero. Mas a esperança vive.
O Prado Coelho dizia numa aula 'A não concretização do encontro mantém a chama do desejo acesa. E a impossibilidade do toque incendeia os sentidos que não se encontram. E assim a magia vive.' e eu abanava a cabeça, concordando silenciosamente enquanto pensava em ti. Mesmo pensando neste cenário fantasioso em que os amantes não se tocam mas vivem debaixo de um feitiço, não me sinto satisfeita. E não posso ler coisas simples mas cheias de significado para mim (´Sei que agora não te consigo dizer nada válido, a não ser uma coisa: não há palavra que defina o que sinto por ti') sem pensar por momentos 'O que será que ele quer de mim?'.

A minha madrinha acabou de deixar a minha casa com a sua prole (curta, ainda, mas com mais um elemento encomendado, a Carmo) e eu fiquei a pensar em todas as maneiras como já olhei para ela. Um dia, ela foi o modelo daquilo que eu queria. Hoje está a anos luz do exemplo que antes foi.
Nos anos 80, a minha madrinha queria ser punk. Estudava em Coimbra, a coisa ainda fervilhava com actividade cultural, com empenho e luta constante. Era filha de um casamento estraçalhado por um homem que nunca soube estimar ninguém. Nasceu ruiva e por isso o pai chamava-lhe feia, como se alguma vez isso se dissesse a uma criança. Ela cantava à janela da casa onde morava e pedia batatas fritas a todas as pessoas que passavam na rua. Para portuguesa, era invulgar e chamava a atenção.
Estudava e trabalhava na cantina da faculdade para poder pagar o quarto da pensão cheia de piolhos que dividia com Mila, filha de retornados. Esta, por sua vez, roubava o que podia à minha madrinha, que passou a esconder o dinheiro nos livros. O curso teve que ficar a meio porque a mãe não a podia sustentar mais. É assim que ela entra no verdadeiro mundo do trabalho e deixa um curso por acabar.
Salita entre o Porto (onde ficou em casa de família), Coimbra, até chegar finalmente a Portalegre. Conhece o futuro marido e algum tempo depois muda-se definitivamente para Lisboa. O marido vem de uma família com profundas tradicões rurais, entre as quais se contam algumas propriedades no Baixo Alentejo. E é assim que ela hoje trata o seu filho por 'você'. A mulher que eu sempre admirei pelo seu sentido de independência, esforço e emancipação agora mora nas Avenidas Novas, numa casa com hidromassagens e fogões disfarçados na parede. O exemplo que sempre segui na minha adolescência esqueceu-se do lugar onde nasceu e adaptou-se à vida mais fácil. Não se esqueceu da família, que fique claro. Mas esqueceu-se da juventude e dos ideiais e da vontade de lutar. Quando penso nisto, assusto-me porque fico sempre com a impressão que somos todos iguais. Ser idealista é próprio da juventude, é um estado febril que pode ser curado com doses generosas de ascensão social e poder de compra. E assusto-me a pensar 'Quando vai chegar a minha vez?'.

fevereiro 26, 2004

Hoje é dia de Quinta dos Portugueses em Évora e acho que vou até lá. Não que os grupos me entusiasmem por aí além (é um bocado triste quando os Rádio Macau são, para mim, a melhor banda que toca lá) mas sempre é uma noite diferente. Além disso, tenho 'unfinished businesses' para resolver lá - vamos ver se é desta.
Agora tou a ouvir os Franz Ferdinand com alguma frequência. Parecem-me uma agradável surpresa e deixam-me a braços com algumas emoções fortes. Não é dizer grande coisa sobre eles, eu sei, mas assim de repente não me ocorre mais nada. Especialmente não depois de ter lido reportagens sobre eles, em que o estilo é dissecado e a história é toda contada. Mas que gosto, gosto.
As férias estão mesmo no fim (lugar comum: o que é bom acaba sempre depressa) e eu nem sei como vou voltar ao ritmo da faculdade. Três semanas aqui podem fazer muito mal no que a rotinas diz respeito. Mas no fundo fico contente porque isto significa que o meu consumo de alcóol vai diminuir consideravelmente (lol). Morar na Parvalheira, onde as minis só valem ainda 60 cêntimos pode fazer mal a muito fígado. Além disso, acaba-se sempre em casa daquele ou do outro a comer saladas às tantas da manhã, sem sequer conseguirmos abrir os olhos.Ok, não vou dizer que não gosto disto tudo mas a verdade é que sinto que me habituei muito mal. E agora levantar ainda de noite vai custar a dobrar, pelo menos nos primeiros tempos.
Este fim de semana acontece cá o Portalegre Jazzfest, um festival que parece ser já internacional. De certa forma estou curiosa para ver como vai ser a afluência de público. Há uma semana foi o Festival de Curtas Metragens e o auditório, já de si pequeno, nem metade da lotação tinha. Estas coisas, por muitos louváveis que sejam, sabem sempre como se estivessem a dar pérolas a porcos - as pessoas que se queixam que aqui nunca se passa nada e no entanto raramente saem de casa e nunca se informam. Veremos :)

fevereiro 10, 2004

As vizinhas da minha rua cospem para o chão e espreitam incessantemente quem passa. São todas de aldeias perto de aqui e todas comentam a vida dos outros. Juntam-se numa garagem, de volta da velha braseira de picão e passam o dia inteiro a escarnecer dos outros. O marido de uma toca gaita de beiços quando está na casa de banho, sendo que o marido de outra anda de bicicleta enquanto não se encharca de vinho. Insultam os netos porque não sabem como mais devem tratá-los. Todas cospem para o chão, repito, e atrevem-se a olhar para nós com desdém. 'São irresponsáveis' dizem elas. 'São porcas' dizemos nós.

fevereiro 08, 2004

Às vezes sento-me no quarto e ponho-me a pensar. Não faço força para nada em especial, simplesmente deixo-me ir e de repente já estou toda embrulhada no que penso. Abro as cortinas do quarto e fecho os olhos. Sabe-me bem a claridade, a luz do dia. Não sei se estou verdadeiramente triste nestes momentos ou se só quero estar triste. Gostava de perceber porque é que tenho esta tendência para a maldita melancolia e para pensar nos milhares de coisas que faria se ao menos me deixassem.


fevereiro 06, 2004

Chegas perto de mim e sussurras as coisas que quero ouvir na minha orelha. Depois, partes e não deixas rasto, para que eu não possa seguir o teu caminho. Não é justo deixares-me assim. Não é justo fazeres com que acredite em ti para depois mostrares a verdade. Quem me dera que estívéssemos frente a frente, agora, amanhã, daqui a 3 dias. Só para que me olhes nos olhos. Talvez aí consigas dizer-me adeus.

fevereiro 05, 2004

'Honey', Tosca
Ouço isto vezes sem conta porque sei ouves também. Satisfaz-me a sensação de pensar que podemos fazer muitas coisas iguais, ao mesmo tempo, mesmo separados como estamos. É assim que me torturo todos os dias: a pensar onde estás, se estás deitado ou sentado, se tens os olhos abertos, se ouves música, se comes em frente ao computador, se te deitas de manhã depois de passeares a cadela, se fazes desenhos com o teu irmão na sala, se andas à chuva, se estás a fumar deitado na cama, se te lembras de mim, se falas com os olhos a brilhar.
Ontem falaste-me em limite e eu assustei-me. Por momentos, pensei que ia voltar a perder uma coisa que nunca tive. Eu não sei como vamos sair daqui mas sei que tem que ser possível, mesmo que tenhamos que dar a volta ao miolo até à exaustão. Não desistas, por favor. Não me deixes assim, sem eu poder beijar os teus lábios e dizer-te como gosto de ti. Não fujas de mim sem eu te dizer como pensei em ti todos os dias desde a primeira vez e como usava a tua imagem para me acalmar nos movimentos de angústia. Não desistas. Aguenta a pressão da impossibilidade da nossa relação até que achemos uma saída ou até que consigas saber o que realmente queres de mim. Não cedas à instabilidade, ao teu medo de te prenderes. Eu não te quero preso.
Eu só queria poder estar contigo. Perguntas-me que é isso de estar contigo e eu não sei responder. Só sei que assim não consigo estar, pelo menos sossegada. Estar contigo é só fazer coisas simples, sem compromissos e sem explicações, sem medo de falhar e sem palavras desnecessárias. Eu só quero deitar-me numa cama, com a janela entreaberta e sentir que te deitas ao meu lado. Abraças-me e o sono vem.
Acabei de fazer uma cadeira com 14. Nem sei bem como me sinto mas sei que é estranho.Depois de estar uns tempos afastada da faculdade (por motivos que não me são alheios..), é bom poder ganhar confiança. Os meus pais abraçaram-me, pareciam tontinhos com a notícia e eu fiquei esmagada no meio da alegria deles. Além disso, o meu pai faz 52 anos hoje e acho que ficou feliz com este primeiro 'presente'. É pena pegar na faculdade um bocado tarde demais mas aqui o cliché aplica-se sempre ( 'mais vale tarde que nunca' ).
À hora que escrevo, estou a tentar arranjar companhia para ir ver o concerto dos Mogwai. Podia ir daqui sozinha porque sei quem vá ver o concerto lá em Lisboa mas gostava de cometer uma loucura (muahahaha) e ir acompanhada. Infelizmente, acho que as minhas preces vão cair em saco roto.
E hoje finalmente chegou o Twin Peaks que pedi em Dezembro (!!), gentilmente entregue com uma generosa taxa alfandegária adicional.. Não sei se hei-de ficar contente porque finalmente chegou (depois da primeira encomenda ter ficado presa no Triângulo das Bermudas) ou triste (porque quase sai ao mesmo preço que se pratica aqui em Portugal). Malditos americanos, que nos oferecem coisas tão boas e tão más ao mesmo tempo.
Prontos, portantos, vou-me dedicar à leitura enquanto peso os prós e os contras da minha ida a Lisboa. A interioridade tem destas coisas, estamos sempre longe de tudo.

fevereiro 04, 2004

Não sei se sobrevivi ao dia de hoje. Ainda me restam algumas faculdades e alguma força nos membros superiores (porque os inferiores estão de rastos). Só quis mesmo escrever hoje para que a sensação se mantenha ainda: gostei. Foi um dos dias mais cansativos da minha vida mas fica-me de recordação. O cinema é chato de se fazer mas o resultado gratificante.. Quando amanhã a sensação de torpor tiver acabado, posso aventurar-me a escrever tudo o que vi.
Já está. Saí de casa apenas porque o meu Benfica jogava e queria ver o jogo em ambiente adequado. O dia foi mais que extenuante, acho aliás que não encontro no meu vocabulário adjectivo que se adeque ao meu cansaço. A voz falta-me, tal foi o meu empenho contra o regime fascista (sim, o filme chama-se 'Até amanhã camaradas') e as minhas pernas pesam agora 500 kg.
O ambiente é giro mas demasiado amigável para o gosto de alguém que, como eu, gosto pouco de manifestações de entusiasmo despropositado. As pessoas aproveitam para serem engraçadas, para se fazerem notar, para pedir autógrafos a pessoas das quais nem sabem os nomes, os velhos juntam-se aos novos e tenta-se sempre meter conversa com o vizinho do lado.
É estranho como não me sinto deslumbrada pelas pessoas que fazem parte da produção. As pessoas dependem do olhar de aprovação delas para muita coisa e tentam aproximar-se para fazerem perguntas muitas vezes desnecessárias. E quando no final se diz 'Parabéns, foram todos muito bem', as pessoas acham que aquilo é um grande elogio mas no fundo apenas serve para motivar, para acalmar uma multidão exausta e faminta.
Acho que chega hoje. Olho para a cama e sinto um irresistível apelo, uma vontade incontrolável de me enrolar no edredon (edredão?). Malta da figuração, espero que estejam todos na cama. Amanhã espera-nos mais um dia de bajulação, de sacrifício (pago, é certo) e de satisfação pessoal. 'Meus senhores, voltem às posições iniciais!'

fevereiro 03, 2004

Daqui a 4-horas-4 vou ter que me levantar e ser figurante num filme. Não, não é para me vangloriar e muito menos para terem pena de mim. É que na minha cabeça (provinciana) amanhã e quarta vão ser dias giros, atrás das câmaras, a tentar perceber o que se passa e desmistificar os bastidores do cinema.
É giro quando sais na tua cidade (provinciana) e te encontras com gente que nunca foi de carne e ossso, era só gente que vivia no ecran. Cruzas-te nos bares com eles e a maioria dos autóctones nem sequer sonham quem eles são. Não interessa a quem tem uma vida tão ocupada com coisas tão importantes como a alteração do sentido do trânsito na rua do Carmo ou como o casamento daquele trafulha que só durou 1 mês e 9 dias.
Não me interessa. Vou fugir à monotonia desta cidade, vou ganhar uns trocados e ver como a 'coisa' funciona. Chamem-me pequena, tacanha, deslumbrada com uma vida de mentira, iludida por uma merda de salário e um recibo verde. Mas eu vou.
Estou farta de estar parada e ver tudo fugir por falta de iniciativa. Estou farta de ver as pessoas fugirem de mim, deste sítio, só porque nem se querem mexer e preferem arranjar desculpas esfarrapadas ('não te queria magoar', ' esta cidade está a morrer..'). Vão-se lixar todos, cobardes. Este pode não ser um grande passo na minha vida (de certeza não é) mas pelo menos eu fiz mais do que apenas sobreviver. De memórias.

fevereiro 02, 2004

E depois disto, a saga de lamentos disfarçados pelo meu aparente conformismo estendeu-se :)

"Hoje estou triste. E é talvez por isso que me sinto tão livre para escrever. Falámos há pouco e senti-me deprimida. Não consigo deixar de pensar em Nós, que existimos apenas durante breves horas. Sim, horas... Sinto-me ridícula sempre que penso nisso: a miúda que ficou agarrada a uma coisa que nunca existiu na verdade, a miúda que pensa em ti todos os dias desde a última vez, a miúda que sonha sempre em encontrar os teus olhos, perdidos entre os estranhos na rua.
Vivo quase sempre angustiada, com um nó no peito. Não resolvemos tudo o que havia para resolver. Ambos sabemos isso. Mas esta distância, estes maldito quilómetros vão impedir-me sempre de te dizer que gosto de ti, não vão deixar que as nossas mãos se juntem, curiosas, como na primeira vez..."

"Por agora, só mais este pedaço de letra dos dEUS. Nas entrelinhas destes versos, sempre nos descobri aos dois.

'Is it bad that you're good for me? Did I love you just randomly? I'm caught in the flow of sound. And you're just some melody' "

"'Spread your love', Black Rebel Motorcycle Club


Há pouco pensava na última vez que te vi e na maneira como renasceu a ansiedade em mim. Passaste por mim num terminal rodoviário e eu quase entrei em pânico! O mundo das coincidências dá sempre que pensar...
Passaste a centímetros de mim e nem deste conta. Nem sequer sentiste que um coração ali acelerava com a tua entrada. Eu fiquei sem saber o que fazer. Tinha que olhar bem para ti, tinha que falar contigo e matar as saudades. Mas não sabia bem como. Inventei um motivo para passar de novo por ti e certificar-me de que eras tu.
Tu estavas sentado com um amigo, com o olhar completamente perdido no nada, com o olhar que eu não conhecia ainda. Nem reparaste que eu chegava perto de ti. Estavas perdido dentro de ti, dentro das tuas fantasias, dos teus 'filmes'. Provavelmente nem me reconhecerias se eu passasse ao largo. Mas eu não podia deixar aquela casualidade passar em branco.
Falámos por breves instantes. Eu, embaraçada com a situação, mas cheia de perguntas que nunca viram a luz do dia. Tu, completamente alheado da realidade, com os teus olhos transparentes perdidos noutra dimensão...( se ao menos todos soubessem como são belos, os teus olhos...). Agarraste a minha mão como se eu já não pudesse partir. Agarraste a minha mão com força ou, pelo menos, eu sentia-te assim. E era bom mas era proibido. Eu não podia desejar mais nada.
Parti em viagem com a tua imagem na cabeça. Não pensava em mais nada senão num possível-próximo-encontro. Fechava os olhos com força e pensava que tinha sido bom. Tinha sido tão pouca coisa mas eu estava contente. Preciava tanto de ficar sozinha! Precisava de silêncio para poder repetir vezes sem conta a tua imagem na cabeça.
Tu ficaste decepcionado com a tua reacção. Eu fiquei deslumbrada com o encontro. Talvez demais, agora que penso nisso...
Depois de 24 horas de sono, escreveste qualquer coisa como "não sei o que se passa entre nós.. mas passa-se.." e hoje sei ver que, mais uma vez, te deixaste apenas levar pelo momento. Dizes coisas que me agarram e que me aceleram o coração e depois tudo não passou de euforia momentânea.
Mas não faz mal. Eu também já aprendi a viver com os teus picos de entusiasmo. E gosto da maneira como me fazes sentir. Mesmo sabendo que nunca iremos a lado nenhum..."

"
'Breath control', Recoil


Dou por mim a pensar em ti antes de adormecer. Não está certo, é proibido. Mas quanto mais te tento afastar nesses momentos, mais a fantasia me revolve a cabeça. E foi provavelmente por causa disto que sonhei contigo uma série de vezes, na semana que passou.
Foi por estares aparentemente resolvido na minha cabeça que mais te (re)vejo. Se calhar pensei que podia passar por cima de tudo e fingir que nada tinha acontecido e não pensar que tudo podia ter ido muito mais além..
Tenho tantas saudades de me sentar no sofá do teu quarto, a tentar afastar os mosquitos que sobem do rio e a ver-te jantar a horas impróprias. E de repente, lembravas-te que tinhas que tomar banho e eu ficava sozinha, a tentar não olhar as fotografias da tua namorada.
Depois, entravas, fresco do banho, e sentavas-te na cama a fumar. Ia partindo o teu candeeiro de lava uma vez.. E nunca o acendeste para nos iluminar o quarto.
Víamos televisão até conseguirmos, com medo de.. só sei o medo que eu tinha. Tinha medo de não aguentar e beijar-te até não poder mais. Sempre foi tudo tão proibido, tão sub-entendido entre nós.. E mesmo sendo cautelosa como penso que sempre fui, ficaste. E eu já não sei o que devo fazer com isto."

(Vá lá, é só mais este..)

"'The way', Bonnie 'Prince' Billy


Ontem voltei a sonhar contigo. Não sei se será um bom sinal ou se não é sinal absolutamente nenhum. Pensei no sonho mas decidi não perder tempo a analisar aquilo que não tem explicação possível. Mesmo assim, é bom 'ver-te', seja de que maneira for.
O sonho foi muito simples. Estávamos numa festa qualquer e tu, quando me descobriste ali, mandaste-me uma mensagem que dizia apenas 'Eu e tu'. De seguida, passaste por mim e lançaste-me um olhar inquisidor, como que a perguntar se eu tinha percebido. Eu mandei uma mensagem a responder: 'Num dia qualquer'. Nem sei bem o que fazer com isto mas alguma coisa deve querer dizer.
Falta pouco para estarmos relativamente perto. Era bom se tudo se repetisse na realidade.."

Eu compreendo esses olhares inquisidores, de desdém. Mas se calhar sou mesmo pindérica (os textozinhos de amor fazem sempre sentido nas alturas de maior desespero...ai!)

E pronto, foi este o primeiro dos disparates (ai quando eu voltar a ler isto com mais 10 anos em cima e pensar como somos todos ridículos quando olhamos para trás) virtuais:

"'Talisman', Air


Só hoje me decidi a escrever. Tive uma espécie de iluminação e descobri finalmente que mais nada me liberta de ti como a escrita. Não irás descobrir-me aqui.. Tenho quase certeza disso. Acuso-te de fugires de mim mas afinal sou sempre eu que corro com medo.
Não sei muito bem como aconteceste na minha vida. A única coisa da qual tenho a certeza é que continuas, recusas-te a partir, permaneces. E eu que só queria descansar outra vez... Ainda nem fez um ano que entraste, a romper, na minha cabeça e já tudo me parece interminável. Como se já passassem anos depois da primeira conversa casual, como se Nós tivéssemos sempre existido assim.
Não é uma história normal, a nossa. É antes incaracterizável (isto existe?), não há pontos em comum com as histórias que conheço, com o mundo normal. E foi dessa maneira, tão inesperada e invulgar, que me aterraste no pensamento. E, sempre que pensei que era tudo uma brincadeira, enganei-me. Porque quis. Porque sempre pensei que Nós resultaríamos. Não sei bem quando nem como nem onde. Só sei que ainda hoje penso assim.
Estás escondido algures atrás do meu ecran. Escondes-te nas janelas quando falamos aqui, olhas-me como se eu não passasse de uma ilusão quando chego perto de ti. Estás aqui perto, quase te conseguia sentir o cheiro. Mas essa foi uma memória que perdi. Continuas tão perto de mim mas tão alheado da maneira como sinto saudades tuas...
A única coisa que lamento foi ter estado sempre tão longe de ti. Sempre proibida de te ver, sempre impossibilitada de te tocar. E mesmo sentindo dor com essa distância, ficaste. Encontro-te sempre que vasculho a cabeça à procura de alguma coisa e não queres sair.
Ou sou eu que não te deixo sair?"

O português não é espectacular, o assunto é pouco interessante mas todos tentamos arranjar formas de escape e eu não fujo à regra. Sem pretensões e expectativas, só uma necessidade de despejar.
Perdi o outro blog. Não sei do registo, nem imagino onde possa ter escrito a password. Mesmo tendo passado algum tempo, preferia continuar a escrever no outro porque já me sentia em 'casa'. Vou colar as coisas que escrevi neste blog, única e exclusivamente dedicadas a uma pessoa, se bem que isto agora vai seguir rumo diferente. Este já não descobres tu ;)