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E, ouvindo apenas o vento que desequilibra o carro, sentir que estou sentada no topo de
um mundo, aguardando autorização para descolar. Encontrar o silêncio que desconhecia precisar e disfrutar dele. Dentro deste habitáculo, não se ouve mais que a minha respiração e a dança irrequieta do vento em torno dos eucaliptos. Com a chuva constante, rebenta o verde que descansa todo o ano debaixo da fina camada de terra, ganham vigor as nascentes cristalinas. Aos nossos olhos, estas nuvens existem desde sempre. E esta ausência de palavras, uma mulher dentro de uma máquina, nasce da opressão do cinzento.
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