março 14, 2009

Noite após noite

As viagens são cada vez mais longas. Às vezes são oito da noite e ainda nos conseguem apanhar na faixa do meio em cima da ponte, conversando animadamente ou simplesmente de cabeça encostada ao banco, tentando adormecer ao menor solavanco. Os jantares são cada vez mais comidos à pressa. Já não são horas para jantar, penso eu, enquanto engulo mais uma garfada do bife que só como em casa. Hoje tenho tempo para umas três músicas* e até gosto do que ouço, apesar das opiniões contrárias. É cada vez mais simples comover-me ou deixar-me afundada em recordações que recalquei cuidadosamente nos últimos tempos. Eu penso que é deste calor e das memórias do último tempo quente, todo o tempo que passei a treinar-me para não acreditar, não ceder, não gostar. As bebidas são servidas à rodada, não sei que horas são, alterno entre a rua e o balcão. Quando tento realmente procurar um relógio, são seis da manhã e falamos animadamente sobre depilação caribeña e outras intimidades. Na rua, o Sol já começou a subir e os pássaros acordaram com um óptimo humor matinal. Para ser honesta, não sei do que ando à procura.

* os MONOMONKEY tocaram ontem na Quina das Beatas.

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