O jardim está cheio de gente. São três da tarde e consigo ainda descobrir um banco livre. Algumas pessoas arriscam correr entre a multidão que veio aproveitar os tímidos raios de Sol. Três ou quatro pessoas estendem-se na relva, algumas têm um piquenique preparado, outras aproveitam para dormir. Há crianças por todo o lado: de patins, trotinete, correndo atrás de bolas e cães, gritando de balão preso ao pulso, trepando às árvores mais baixas. Os velhos sentam-se à sombra, têm jornais com que tapam a cara do Sol, fazem palavras cruzadas e levantam-se sem pressa. Por lá, continuam o homem que tem um rádio literalmente atado à bicicleta, a senhora das pevides que monta a sua banca à porta virada para a basílica, o sem abrigo que destapa incessantemente as suas várias garrafas de vinho.
Às vezes precisamos de sentir que há vida noutros sítios. Precisamos enfiar o livro na mala mas deixar a música em casa, beber um café à pressa para aproveitar a tarde como deve ser. E não precisamos levantar a cabeça para sentir que há agitação à nossa volta. Há tantas histórias ali que parece que as ouvimos desordeiramente, em uníssono.
Às vezes precisamos de sentir que há vida noutros sítios. Precisamos enfiar o livro na mala mas deixar a música em casa, beber um café à pressa para aproveitar a tarde como deve ser. E não precisamos levantar a cabeça para sentir que há agitação à nossa volta. Há tantas histórias ali que parece que as ouvimos desordeiramente, em uníssono.
4 comentários:
:) realmente ja apetece este calorzinho..
Se nao viste mitras com caes de caça nao estivestem jardim nenhum. Foi apenas um sonho.
Isto aqui é a Lapa, menino. Não um jardim de Setúbal :D
Escusavas de escrever que, fora do meu horario de expediente, sou um menino de Setubal. Mas, para que conste, nao carrego nos RRR. ah, e detesto o Vitoria! :x
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