fevereiro 04, 2009

One down, six to go

Desconfio muitas vezes que não fui talhada para o poder. Nem mesmo quando me lembro do que escreveu alguma professora na minha primeira ou segunda classe num boletim de avalição - A M. é a líder da sala. Balanço, muitas vezes incompreensivelmente, entre o autoritarismo e um coração de manteiga, entre o punho de ferro e a lágrima fácil. Sou uma pessoa de pessoas e acho que só isso justifica ter chegado onde estou - não os números, não a visão a longo prazo e muito menos a frieza. A piorar as coisas, acho que estabeleci padrões de desempenho muito elevados para mim, o que me leva a esperar o mesmo dos outros. Um erro, portanto.

Ontem, a minha chefe comunicou a alguém que não iríamos renovar o seu contrato. Faltam mais seis pessoas receberem uma notícia semelhante e, provavelmente, vai-me ser destinado o papel de mensageira. Com nenhuma das pessoas estabeleci uma ligação especial, pessoal ou profissionalmente. Mas isso não me impede de me lembrar do dia em que me mostraram a fotografia das filhas, das prestações da casa que ainda têm por pagar, do casamento que há muito anda a ser adiado. Não é tempo para hesitações e muito menos sentimentalismos, diria a minha chefe. Mas se isso é verdade, se é apenas isto que é esperado de mim - um punhal inevitável chamado negócio -, porque sinto eu que me vai custando cada vez mais dormir?

(não quero ser uma mercenária dos sonhos dos outros. quero fazê-los sonhar)

3 comentários:

Mokas disse...

I'm glad I'm not you.... it would be dammm hard... =/

Unknown disse...

Cheguei aqui aos tropeções, naqueles zappings de blogue em blogue que o tédio impõe. E gostei. Voltarei a visitar, se não foi muito incómodo. Na verdade, só estou a comentar para "agradecer" a descoberta" de noiserv. Muito bom. Por tua culpa, ouvi a música 23 vezes seguidas. Mais um vício... Fica bem...

Anónimo disse...

oooh... se fosse eu tb me ia custar imenso, sou demasiado boazinha..