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Reconstroem-nos o coração tantas vezes. Somos tantas vezes alheios ao instante preciso em que a vida se encarrega de nos mostrar outro caminho. Fixamos frases inteiras, memorizamos partes de um sorriso, imaginamos muito para além do permitido. À noite, as horas custam a passar. É uma desinquietação cá dentro, uma agitação nervosa sem par, o cheiro e a cor dos olhos e a maneira como apoiam a cabeça nas mãos a perturbar-nos o sono. Subitamente, a dor desaparece, dá lugar à euforia que contemos em frente a um espelho ou a ouvir aquela música. Cristalizamos na nossa memória uma maneira doce de olhar, uma perna nervosa debaixo da mesa, o respirar que sentimos mais perto. Atrapalhados, buscamos a forma mais complicada de nos beijarmos. Mas quando repetimos a sequência vezes e vezes sem conta, conseguimos a harmonia e guardamo-la até à próxima vez que nos quebrarem.
* filme que vi entre tachos e avós que nos oferecem fruta e irmãs quase a chegar.
4 comentários:
é realmente muito bom.
obrigado.
baci
E entao uma referencia a quem aconselhou o visionamente desta Obra?
Quem me aconselhou a obra foi um rapaz de Setúbal. Tu não deves conhecer... Ele é totalmente da cena O_o
O filme já é de 2006, mas,só o vi ontem....Adorei a fotografia, a escrita, a essencia a poesia.... magnifico.
É pena não haver muitos filmes tão puros e honestos.
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