Mostraste-me como seria ver-te naufragar noutros braços, fizeste-me entender a facilidade com que te fazes seduzir por outra boca, ensinaste-me o que é o pânico. E eu, que me julgava imune e que me achava pouco ingénua, soçobrei às queimaduras dos passos em falso que ecoavam pelo meu corredor. Devia ter-te adivinhado no banco de trás daquele táxi, devia ter pressentido a velocidade com que iria desfazer-me mas não – era tudo estranhamente perfeito, era muito mais do que a minha realidade reclamava, era ficção em bruto a acontecer naquela madrugada de sábado.
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