setembro 10, 2008

Momento da Verdade

Sim, eu sei que sou culpada. De ter aguentado um programa inteiro e de, acima de tudo, ter admitido a possibilidade de isto ser real. Posso repensar a minha posição e chegar à conclusão que esta pessoa é demasiado má para ser real e que tudo não passa de uma trapaça para ganhar audiências, fidelizar um público que está sedento de traições. Só que sei, porque já o senti, que gente desta existe. Gente que está determinada a singrar pelo caminho mais fácil, gente que pensa, acima de tudo, em si, gente que não conhece limites.

Pensar que existe um público habitual para este tipo de lixo magoa-me. Porque as pessoas querem assistir ao sofrimento, porque as direcções de programas não se responsabilizam pelo esterco que passam no horário nobre, porque há gente que se sujeita a isto. Dói muito quando se vê gente desta a inaugurar uma nova espécie de celebração: a da mentira que passa por honestidade. Tenho saudades do tempo em que a televisão se limitava a dois canais. Ninguém precisa de saber o que custa resgatar a confiança, refazer o amor.

5 comentários:

jc disse...

belíssima a escolha da teresa guilherme na frase de despedida do programa "é com saber que a verdade compensa". é pena é que as pessoas tenham de ser compensadas para dizerem a verdade.

Anónimo disse...

:-) a parte que mais gostei foi a do "já teve relações com mais de 15 (!) mulheres desde que casou?"... INACREDITÁVEL!!

A.S.

Anónimo disse...

Pode ser uma estratégia maliciosa, mas sim, hoje em dia existe audiência para este género de programas e é isso que as pessoas querem! Basta ver as audiências da MTV com aqueles programinhas da treta, que nota-se bem que é tudo teatro, mas as pessoas gostam! É tudo entretenimento!

Quanto ao gajo de ontem meteu-me muito mas mesmo muito nojo!
Se fosse comigo estava lixado, trai uma vez não trai mais nenhuma!

Bem, inté*

mir disse...

Concordo plenamente contigo, não tanto nas saudades do tempo de dois canais apenas, mas naquilo que te leva a essa saudade. Assustou-me verdadeiramente todo o jogo/teatro das pausas dramáticas pré-resposta, quando era assumido que o concorrente já tinha respondido a tudo aquilo antes, quando efectivamente fez o teste do polígrafo. Assustou-me o seu ar de pecador confesso e arrependido quando respondia a uma pergunta que mais uma vez confirmava a sua bestialidade quase desumana. Assustou-me, muito mais que os dois pontos anteriores, a felicidade e aplauso de todos (amigo, irmão, namorada e público) de cada vez que se garantia que a resposta tinha sido verdadeira e, por isso mesmo, mais um degrau estava alcançado no caminho do dinheiro! A facilidade com que se esquece o conteúdo daquilo que está a acontecer!! ... (e concordando com o A.S., não sei se foi pior a pergunta - porque pressupõe que seja uma hipótese - se foi pior o facto de amigo e namorada automaticamente utilizarem o seu direito a não ouvir a resposta!)

Eurico Ricardo disse...

A sic esta em altas. HErman jose, gato fedorento e isto.