Tens uma nodoazinha no peito a querer gritar mas abafas o grito que já quiseste dar tantas vezes. Teres estas fachadas aos teus pés é o suficiente para te comover, para te marejar os olhos, para agradeceres todas as infelicidades da tua vida porque afinal, dentro de cada janela daquelas, há verdadeiras histórias de dor e de perdição para contar. Há misérias escondidas, desgostos tratados à lei da navalha, submissões caladas com dois ou três copos de vinho. Os teus desencontros são pequenos e mesquinhos quando os vês sobre o contorno entardecido da cidade, as tuas saudades esbatem-se sobre a ausência de nuvens no céu. Por momentos, não te lembras que não nasceste aqui e amas, com tristeza, a cidade que te abriga.
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