Nas linhas da minha mão escrevo... as gotas de sangue da resina que cobre os meus poemas. Entre as linhas, aves repentinas e caudas de cometas. Nas linhas da minha mão escrevo uma ode às praias nuas, aos banhistas selvagens imersos na quietude do mar. Há muito que nas linhas da minha mão gravei a cidade e a luz com que ela se oferece ao rio. E escrevi os desgostos a branco e enchi-a de cor quando fui mais feliz.
Nas linhas da minha mão alguém me escreveu a sina. Não a sei ler sozinha, não a quero saber senão quando a tiver cumprido. E deixar as linhas voarem como dois pássaros sem perdão.
* inspirado no poema Paisagem, de Sophia de Mello Breyner Andresen. E também a minha mão tremia quando pousei a caneta, como se fosse este o único texto que podia escrever. E tremo eu quando ouço outras palavras, quando com palavras me tocam de forma indelével e doce.
Nas linhas da minha mão alguém me escreveu a sina. Não a sei ler sozinha, não a quero saber senão quando a tiver cumprido. E deixar as linhas voarem como dois pássaros sem perdão.
* inspirado no poema Paisagem, de Sophia de Mello Breyner Andresen. E também a minha mão tremia quando pousei a caneta, como se fosse este o único texto que podia escrever. E tremo eu quando ouço outras palavras, quando com palavras me tocam de forma indelével e doce.
3 comentários:
Que bonito :)
é, cada vez mais, um privilégio ler-te
Muito bonito.
Mas nao deixes que te escrevam a sina. Lembra-te do Corto Maltese, que nao gostou do que viu na suas linhas da mao, pegou numa navalha e zás... traçou umas mais à medida do que queria viver. :)
Enviar um comentário