Partamos do princípio que sou uma rapariga solteira. Partamos também do princípio que tirei férias numa altura em que mais ninguém que conheço tirou. Façamos agora um exercício: marcar uma estadia num hotel, dentro ou fora de Portugal, apenas para uma pessoa. Este exercício, aviso já, não tem solução.
Recebi uma oferta de pacotes de férias de Verão em vários sítios do nosso país. Que se marcasse já, os preços seriam escandalosamente mais baratos e, realmente, existiam ofertas muito interessantes. O único problema é que não encontrava a opção quarto single em lado nenhum. Daí, resolvi telefonar para a linha da agência, para tentar perceber as minhas opções. Depois de muita música, ouço do outro lado da linha que o empreendimento me oferece essa possibilidade. Mas pelo preço de duas pessoas, claro. E se eu fosse uma rapariga comprometida e quisesse uma semana de paz interior, tentando renovar baterias longe da minha cara metade? Também podia ser. Pagando o preço de duas pessoas.
A simples ideia de programas exclusivos para solteiros, speed dating ou serviços do género assusta-me um bocado porque não concebo listar características de uma pessoa para que tentem encontrar alguém que se encaixe nessa descrição. À força. É claro que podia encontrar o amor num cruzeiro para encalhados ou num fim de semana relâmpago em Viena. Mas então e o romance? As semanas que demora a perceber que se anda a pensar demais numa determinada pessoa? As borboletas na barriga à vista do outro ou exactamente antes de dormir? O orgulho que nos custa a engolir para tomar uma atitude e nos insinuarmos de rompante? Ou a paixão que nos derruba sem sequer percebermos de onde chegou? Sim, tudo isto existe. Mas só se formos de férias com mais uma pessoa. Ou dez, para todos os efeitos.
E até podia falar do agravamento da carga fiscal para solteiros sem dependentes. Ou de como os supermercados embalam tudo em quantidades destinadas a servir pelo menos dois. Mas o que me chateia mesmo são as férias. Saímos mais caros sozinhos que mal acompanhados.
Recebi uma oferta de pacotes de férias de Verão em vários sítios do nosso país. Que se marcasse já, os preços seriam escandalosamente mais baratos e, realmente, existiam ofertas muito interessantes. O único problema é que não encontrava a opção quarto single em lado nenhum. Daí, resolvi telefonar para a linha da agência, para tentar perceber as minhas opções. Depois de muita música, ouço do outro lado da linha que o empreendimento me oferece essa possibilidade. Mas pelo preço de duas pessoas, claro. E se eu fosse uma rapariga comprometida e quisesse uma semana de paz interior, tentando renovar baterias longe da minha cara metade? Também podia ser. Pagando o preço de duas pessoas.
A simples ideia de programas exclusivos para solteiros, speed dating ou serviços do género assusta-me um bocado porque não concebo listar características de uma pessoa para que tentem encontrar alguém que se encaixe nessa descrição. À força. É claro que podia encontrar o amor num cruzeiro para encalhados ou num fim de semana relâmpago em Viena. Mas então e o romance? As semanas que demora a perceber que se anda a pensar demais numa determinada pessoa? As borboletas na barriga à vista do outro ou exactamente antes de dormir? O orgulho que nos custa a engolir para tomar uma atitude e nos insinuarmos de rompante? Ou a paixão que nos derruba sem sequer percebermos de onde chegou? Sim, tudo isto existe. Mas só se formos de férias com mais uma pessoa. Ou dez, para todos os efeitos.
E até podia falar do agravamento da carga fiscal para solteiros sem dependentes. Ou de como os supermercados embalam tudo em quantidades destinadas a servir pelo menos dois. Mas o que me chateia mesmo são as férias. Saímos mais caros sozinhos que mal acompanhados.